Os membros da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Ibope, constituída por deputados da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), ouviram, na manhã desta terça-feira (11), a diretora executiva do instituto, Márcia Cavallari Nunes, e o diretor de Negócios de Opinião Política e Comunicação, Hélio Gastaldi. A CPI investiga diferenças entre os porcentuais divulgados pelas pesquisas eleitorais em algumas cidades do estado e resultado das eleições municipais, como o caso de Curitiba, por exemplo.
Durante a reunião, a diretora do Ibope informou que o instituto também está analisando, internamente, as divergências entre as pesquisas e os resultados no estado para diagnosticar e avaliar possíveis equívocos cometidos. Márcia afirmou, ainda, que apesar do contrato ser estabelecido entre o Ibope e os interessados, os levantamentos de campo são terceirizados, mas alegou que outros fatores podem ter interferido no comportamento do eleitor.
"Essas empresas subcontratadas pelo Ibope também serão chamadas para depor na CPI, já que podem não ter seguido as metodologias e critérios técnicos exigidos. Também não está descartada a quebra dos sigilos bancários e telefônicos dessas empresas", afirma o deputado Reni Pereira (PSB), presidente da CPI. Ele explica que as investigações também buscam responder se os erros foram intencionais ou não.
Pesquisas
O diretor de negócios do instituto, Hélio Gastaldi, também falou aos deputados e explicou que algumas pesquisas de opinião são aplicadas por telefone, mas apenas quando não são divulgadas publicamente encomendadas por partidos políticos, por exemplo. Os deputados Rasca Rodrigues (PV) e Artagão Junior (PMDB), integrantes da CPI, questionaram, então, se os contratos são claros quanto à finalidade das pesquisas e solicitaram cópias destes e de outros documentos.
"Com a formação da CPI, recebemos muito mais denúncias, como de pesquisadores com baixa escolaridade e outras manipulações nos levantamentos", afirma Rasca Rodrigues. "As pesquisas eleitorais não influenciam apenas as intenções de voto, mas também o financiamento de campanha e até o ânimo dos candidatos e da equipe. Queremos garantir estabilidade ao processo eleitoral", complementa.
Reni Pereira destaca que o foco da Comissão está na possível manipulação dos dados. "Essas denúncias e outros documentos mostram que algumas afirmações dos diretores do Ibope também não são verdadeiras, por isso eles devem voltar a depor na CPI", aponta. Conforme Pereira, além de confrontar os documentos recebidos e os depoimentos prestados, a Comissão ainda vai ouvir especialistas da área de estatística para detalhamento das metodologias utilizadas nas pesquisas investigadas.
Outro lado
Procurada pela reportagem, a assessoria de imprensa do Ibope informou que está disponível para qualquer esclarecimento pontual sobre as investigações, mas que só irá se pronunciar de maneira geral sobre o caso a partir do desenrolar dos trabalhos da CPI.
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