Atualizado em 26/04/2006 às 20h47
Depois de 11 horas de julgamento, Amair Feijoli da Cunha, o Tato, foi condenado a 18 anos de prisão por ter negociado a morte da missionária americana Dorothy Stang . A sentença foi do juiz Cláudio Montalvão.
Tato é o terceiro suspeito a ser julgado por participação na morte da religiosa. Durante interrogatório, que durou cerca de uma hora, ele confirmou o nome dos mandantes do crime: os fazendeiros Regivaldo Galvão e Vitalmiro Bastos de Moura, o Bida.
A confissão de Tato fez com que a promotoria dispensasse duas testemunhas de acusação, para dar mais rapidez ao julgamento, já que, no entendimento do promotor Sávio Brabo, os testemunhos apenas iriam repetir o que Tato já afirmara.
Duas pessoas já foram julgadas pela morte da missionária. Rayfran das Neves, assassino confesso, foi condenado a 27 anos de prisão. Clodoaldo Batista foi condenado a 18 anos de prisão por cometer o crime junto com Rayfran.
Em depoimento, os dois assassinos afirmaram ter recebido de Tato proposta para que executassem Dorothy por R$ 50 mil, segundo o promotor Lauro Freitas Junior, responsável pelo caso. Durante o julgamento, Lauro Freitas quer questionar de que forma e o que motivou o intermediário a encomendar o assassinato.
A família de Dorothy Stang e várias organizações de direitos humanos acompanharam o julgamento em Belém.
- Esperamos que se faça justiça, assim como os que já estão presos - disse mais cedo a advogada Luciana Pivato, da organização civil Terra dos Direitos.
A missionária americana Dorothy Stang trabalhava há mais de 30 anos com pequenas comunidades pelo direito à terra e a exploração sustentável da Amazônia. Ela foi assassinada no dia 12 de fevereiro de 2005, em uma estrada de terra, próxima ao município de Anapu (PA).
Ainda faltam ser julgados dois suspeitos de serem os mandantes do crime: Regivaldo Galvão e Vitalmiro Bastos de Moura, o Bida.
Bolsonaro e mais 36 indiciados por suposto golpe de Estado: quais são os próximos passos do caso
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
A gestão pública, um pouco menos engessada
Projeto petista para criminalizar “fake news” é similar à Lei de Imprensa da ditadura