O aquartelamento dos policiais militares de Alagoas - que começou na noite de quinta-feira - terminou às 19h deste sábado. O protesto foi provocado pela negativa do governo do estado a pagar reajuste de 88%, determinado pela Justiça, à categoria. A casa do subcomandante foi alvo de tiros e os militares estão em alerta.
Os tiros foram disparados por três homens e atingiram a casa do subcomandante do Batalhão de Arapiraca. O major estava sozinho e não reagiu. Os vizinhos ficaram assustados. O comando da PM acredita que o atentado tenha sido praticado por policiais em represália à ameaça de prisão dos militares aquartelados.
O governador de Alagoas, Teotônio Vilela Filho (PSDB), disse que vai cobrar a punição dos aquartelados.
- Todas as polícias têm normas. um procedimento que ordena sua disciplina e ele será cumprido - afirmou o governador.
O aquartelamento - com duração prevista de 48 horas - foi decidido em assembléia como forma de pressionar o governo a pagar o aumento concedido pela Justiça alagoana. O juiz Klever Loureiro, que deu a decisão favorável ao aumento, afirma que o valor representa uma correção à concessão de reajustes de formas diferenciadas para outras categorias, ferindo o princípio de isonomia salarial. Hoje, um PM de Alagoas tem o salário base de R$530 e muitos vivem em favelas da periferia, segundo informou um dos PMs, que não quis se identificar.
Na última quinta-feira, Teotônio Vilela participava em Recife de um encontro com governadores do Nordeste, onde discutiram a crise no sistema de segurança da região. Ele teria dito no encontro que o estado não tinha dinheiro para investir no sistema de segurança e nem para atender às reivindicações salariais dos policiais.
O comandante-geral da PM, Coronel Rubens Goulart, considerou o aquartelamento ilegal e ameaçou expulsar os militares que faltassem ao trabalho.
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