Durou cerca de quatro horas a reunião deste domingo, 17, da presidente Dilma Rousseff com os ministros da junta orçamentária para discutir o tamanho do corte no Orçamento de 2015, que deve ser anunciado até esta sexta-feira, 22.
Participaram do encontro, que terminou por volta das 19h30, os ministros da Casa Civil, Aloizio Mercadante, da Fazenda, Joaquim Levy, e do Planejamento, Nelson Barbosa. A amplitude do congelamento de despesas que está em discussão varia de R$ 65 bilhões a R$ 78 bilhões, em um esforço para compensar as perdas com as alterações nas medidas provisórias do ajuste fiscal e garantir o cumprimento da meta de superávit primário. Auxiliares palacianos, no entanto, consideram a proposta “ousada”.
Ministros da presidente já se queixam nos bastidores com os efeitos do bloqueio, temendo paralisia das atividades do governo e o agravamento da crise econômica. Já é dado como certo que até mesmo programas considerados vitrine da presidente, como o “Minha Casa Minha Vida” serão afetados.
Barbosa tem defendido um bloqueio menos severo, para não paralisar a máquina pública, enquanto Levy advoga por um corte mais radical para sinalizar ao mercado que a equipe econômica está comprometida em alcançar a meta do superávit primário deste ano, de 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB). Com esse esforço, o governo pretende criar condições para que, a partir de 2016, o país volte a crescer.
Por regra, o contingenciamento precisa ser anunciado no prazo de 30 dias contados a partir da sanção presidencial ao Orçamento aprovado pelo Congresso Nacional. O bloqueio das verbas valerá até o final do ano. Enquanto os cortes não forem publicados, vale o decreto que limita os gastos discricionários (não obrigatórios) entre janeiro e abril aos montantes gastos nos mesmos meses de 2014.
Na segunda-feira, 18, Dilma se reúne com sua coordenação política, às 9 horas, no Palácio do Planalto, para dar prosseguimento às discussões sobre o tema.