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Uma nova série de rebeliões atingiu São Paulo e causando tumultos em cinco unidades prisionais do estado. Entre segunda e terça-feira, cerca de 3 mil presos ficaram amotinados nos Centros de Detenção Provisória (CDPs) de Pinheiros (na capital paulista), Diadema (ABC), Osasco (Grande São Paulo) e Taubaté e da cadeia pública de Tatuí, no interior do estado. No início da tarde desta terça-feira, os presos de Pinheiros, Osasco, Diadema e Tatuí libertaram os reféns, acabando com todos os motins. As secretarias de Administração Penitenciária e de Segurança Pública afirmam que ainda não têm informações sobre feridos ou sobre a condição dos prédios.Ao todo, quinze agentes de segurança foram tomados como reféns. Em Taubaté, a rebelião havia terminado ainda na segunda-feira.

Em praticamente todos os locais, havia superlotação. O CDP de Pinheiros, que tem capacidade para 520 detentos, abrigava 810 no início da rebelião. Em Osasco, onde a capacidade é para 768 presos, havia 1206. Em Tatuí, a cadeia tem capacidade para 48, mas estava com cerca de 270 homens. Apenas em Diadema, a situação era melhor, com 383 detentos em um prédio com capacidade para 576.

O secretário de Administração Penitenciária, Nagashi Furukawa, afirmou nesta terça-feira em entrevista à rádio CBN, não acreditar numa mega-rebelião como a que ocorreu em 2001, quando 25 unidades prisionais ficaram dias sob controle dos detentos, mas admitiu estar preocupado com a situação.

- Estamos tomando as medidas necessárias para que este tipo de evento não se repita - afirmou, sem esclarecer quais medidas seria essas. Furokawa afirmou ainda que os presos não têm reivindicações importantes. Segundo ele, por enquanto, os presos exigiram apenas a troca da cor dos uniformes (atualmente são amarelos, o que dificultaria a reposição das peças, dizem eles) e o aumento do número de visitantes, limitado hoje a duas pessoas por preso, sem contar crianças com menos de 12 anos.

Alguns presos reclamam da superlotação das unidades e exigem a transferência. Furokawa não confirmou a informação nem disse se a reivindicação será atendida.

No início da semana passada, outras cinco prisões de São Paulo tiveram rebeliões - Mauá, Caiuá, Mogi das Cruzes, Franco da Rocha e Iperó. As unidades foram depredadas e vários agentes de segurança ficaram feridos depois de ficarem horas como reféns dos presos. A Polícia Militar recolheu em revista diversas armas confeccionadas artesanalmente e muitos telefones celulares.

Alguns agentes revelaram que a intenção dos presos era fazer uma grande rebelião coletiva simultânea em 27 prisões do estado. A Secretaria de Administração Penitenciária e a coordenadoria de presídios de São Paulo teriam alertado as direções das unidades prisionais para o risco do movimento coordenado. A secretaria admitiu a hipótese de que a série de motins teria sido coordenada pelos presos, por meio de aparelhos celulares.

Em 2001, os detentos de 25 presídios e cadeias públicas do estado se rebelaram ao mesmo tempo e tomaram o controle das unidades. O movimento começou num domingo, durante o horário de visita e milhares de pessoas foram tomadas como reféns pelos presos. Houve muito quebra-quebra, dois presos morreram e dezenas de agentes de segurança, presos e policiais ficaram feridos.

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