A presidente Dilma Rousseff deverá definir hoje numa reunião com os 38 ministros, no final da tarde, o corte nos programas dos ministérios para que sejam economizados cerca de R$ 70 bilhões no orçamento de 2012.
Decidido o valor do corte no orçamento, o Banco Central terá como fazer os cálculos para a política da taxa de juros que vem se mantendo em queda sem comprometer a meta de segurar a inflação deste ano na meta de 4,5%. Na semana passada, o Comitê de Política Monetária (Copom) reduziu a taxa Selic para 10,50% ao ano. As expectativas do mercado são de que as quedas continuem nos próximos meses.
A ideia posta em prática pela presidente Dilma Rousseff é a de que, se o governo segurar seus gastos, sobrará espaço para que o Banco Central aja como o mercado espera. Isso dará mais força à oferta de crédito e financiamento.
A favor do governo está a expectativa de mais um ano de forte arrecadação de impostos, assim como ocorreu em 2011. Só de receitas extras, fala-se, por baixo, em mais R$ 18 bilhões. Se confirmado o aumento, uma estratégia poderá ser a de simplesmente limitar o crescimento dos gastos. Dessa forma, os investimentos da União poderiam ser feitos sem corte nenhum. Para este ano, são previstos investimentos de R$ 79,7 bilhões, dos quais R$ 42,4 bilhões são para obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
A avaliação da equipe econômica é a de que o Brasil vem conseguindo algum descolamento da crise internacional. A questão é que a percepção também é a mesma por parte dos investidores estrangeiros, que passaram a remeter pequenas fortunas para a bolsa brasileira nos primeiros dias do ano. Esse movimento, ao lado de outros indicadores preliminares, fez o dólar recuar mais de 5% desde 1.º de janeiro.
A presidente Dilma Rousseff pediu ontem que Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal preparem estudos com medidas que possam estimular o crescimento do crédito no país, principal aposta do governo para sustentar o avanço da economia brasileira em 2012.
A ideia é favorecer o crédito produtivo, para incentivar o consumo, e também para a exportação por empresas brasileiras. O governo aposta nesse tipo de medidas para recuperar o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB).
A avaliação da equipe econômica é que o PIB deverá crescer de 4% a 5% neste ano, sendo que a base para isso deverá ser o consumo interno, financiado pelo crédito. Em 2012,deverão entrar em operação medidas de estímulo da economia como o aumento do salário mínimo e a desoneração da folha de pagamento.
Segundo projeções do Banco Central, o estoque de empréstimos e financiamentos deve aumentar neste ano apenas 15%. A alta deverá ser puxada basicamente pela concessão de crédito para habitação por parte dos bancos públicos.
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