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A Polícia Federal prendeu, nesta quarta-feira (15) o tesoureiro do PT João Vaccari Neto durante a deflagração da 12ª fase da Operação Lava Jato. De acordo com o delegado da Polícia Federal Igor Romário de Paula, o tesoureiro do PT é citado como operador do esquema na Petrobras nos depoimentos de cinco delatores diferentes. O motivo da prisão, segundo Igor de Paula, é a reiteração criminosa do petista. “Há material apreendido contundente demonstrando a responsabilidade dele”, afirma o delegado.

De acordo com a PF, o tesoureiro estava saindo para uma caminhada, por volta das 6 horas desta quarta-feira (15), quando foi preso. Ele não resistiu à prisão, segundo o delegado. A Polícia cumpriu ainda um mandado de condução coercitiva contra a mulher de Vaccari, Giselda Rousie, que prestou depoimento em casa. Segundo o delegado da PF, o depoimento “não foi produtivo”.

A PF ainda tem um mandato de prisão temporária a cumprir contra a cunhada de Vaccari, Marice Correa de Lima. Até o fechamento desta edição ela não havia sido localizada. Segundo Igor de Paula, ela está fora de casa há duas semanas, mas não há indícios de que tenha viajado ao exterior.

No despacho que determina a prisão preventiva de Vaccari, o juiz federal Sérgio Moro argumenta que a manutenção do tesoureiro em liberdade comprometeria a integridade do sistema político. “A gravidade concreta da conduta de João Vaccari Neto é ainda mais especial, pois a utilização de recursos de origem criminosa para financiamento político compromete a integridade do sistema político e o regular funcionamento da democracia”, diz um trecho da decisão.

“A manutenção dele em liberdade ainda oferece um risco especial, pois as informações disponíveis na data desta decisão são no sentido de que João Vaccari Neto, mesmo após o oferecimento contra ele de ação penal pelo Ministério Público Federal, remanesce no cargo de tesoureiro do Partido dos Trabalhadores. Em tal posição de poder e de influência política, poderá persistir na prática de crimes ou mesmo perturbar as investigações e a instrução da ação penal”, esclarece o juiz.

“Está claro o total desrespeito com a Justiça e a aplicação da lei”, afirmou Igor de Paula sobre a conduta de Vaccari.

Família

Segundo o procurador regional da República Carlos Fernando dos Santos Lima, a força tarefa da Lava Jato continua investigando a família de Vaccari. “Nós verificamos que a família tem uma série de operações que têm características de lavagem de dinheiro”, explica o procurador. Segundo Lima, há depósitos não identificados em contas de diversos familiares do tesoureiro, que estão sob investigação. Na conta de Giselda, por exemplo, a Polícia Federal encontrou depósitos não identificados no valor de R$ 300 mil em três anos.

Depoimento

João Vaccari chegou à carceragem da Polícia Federal em Curitiba no início da tarde desta quinta-feira (15) e em seguida passou por exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML). Ele deverá ser ouvido apenas na sexta-feira (17), segundo a PF.

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