Um dos integrantes da Executiva do PMDB no Paraná está solicitando a intervenção nacional no diretório. Hudson Calefe, tesoureiro do partido e ex-presidente da Sanepar, encaminhou ontem uma carta ao presidente nacional da legenda, vice-presidente Michel Temer, sugerindo alguma interferência e até mesmo a expulsão de peemedebistas.
A bronca de Calefe está no fato que o PMDB estadual tem se aproximado do governo de Beto Richa do PSDB. O tesoureiro defende o posicionamento do partido como oposição ao governo tucano e critica a demora numa definição.
Como pano de fundo está o fato de a bancada do PMDB na Assembleia Legislativa ter manifestado apoio à candidatura do tucano Valdir Rossoni para a presidência do Legislativo estadual. Além disso, o peemedebista Luiz Cláudio Romanelli antigo líder do governo Roberto Requião foi nomeado secretário estadual do Trabalho, Emprego e Promoção Social.
Na carta endereçada a Temer, Calefe relembra a vida política dentro do PMDB e fala em "desordem tão grande e avassaladora em nosso partido". O tesoureiro descreve o que ele entende como uma contradição dos membros do partido num pequeno intervalo de tempo. Na campanha, o PMDB apoiou a candidatura de Osmar Dias (PDT) e, após a vitória de Richa, iniciou a aproximação com o tucano.
A intervenção, explica Calefe na carta, seria uma resposta de coerência aos eleitores. "Senhor presidente, peço que seja tomada alguma atitude o mais rápido possível, sob pena de termos de enfrentar nossos eleitores e filiados com as cobranças. E essas cobranças virão e o nosso PMDB estará arruinado", afirma na carta. "O caminho para fortalecimento do PMDB passa longe das negociatas com nossos adversários", diz em outro trecho.
Ontem por telefone, Calefe, complementou: "Minha indignação é que no fim da eleição alguns peemedebistas se atiraram no colo do novo governador. O PMDB se reúne pra falar de bobagem e não se reúne pra falar sobre coisa séria".
Reação
O presidente do PMDB estadual, deputado Waldyr Pugliesi, reagiu com naturalidade sobre a carta e as cobranças públicas feitas pelo tesoureiro da executiva. "A bancada do PMDB na Assembleia foi autorizada pela executiva nacional para tratar sobre eleição da Mesa. É uma coisa de Parlamento. No Congresso está acontecendo a mesma coisa", citou. Pugliesi disse que o partido ainda não conversou sobre o posicionamento que vai adotar frente ao governo de Richa. "Essa questão de apoiar ou não o governo ainda vai ser discutida. Não é hora ainda. A grande maioria do partido pensa assim", pondera. Deputados ouvidos pela reportagem reforçaram a posição do presidente da legenda.
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