Arno Augustin, secretário do Tesouro| Foto: Ueslei Marcelino/Reuters

O Tesouro Nacional não trabalha com a possibilidade de terminar em janeiro o repasse aos estados, feito por meio do Fundo de Participação dos Estados (FPE). O secretário do Tesouro, Arno Augustin, acredita que alguma solução deva ser encontrada entre o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Congresso Nacional até segunda-feira, quando acaba a validade do FPE, criado em 1966.

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"Não vejo como os estados podem ficar sem esses recursos. Alguma coisa deve ser feita. Não cabe ao Executivo resolver, mas eu não trabalho com o cenário em que esses repasses terminem", disse Augustin a jornalistas ontem, durante entrevista para comentar os resultados do governo central obtidos no mês passado.

Entre janeiro e novembro deste ano, o Tesouro, responsável pelos repasses dos recursos do FPE aos 26 estados e Distrito Federal (DF), transferiu R$ 44,5 bilhões.

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Em decisão tomada no início de 2010, o STF decidiu que a maneira de distribuição do fundo, a maior fonte de receitas para quase um terço dos estados, é ilegal. Isso porque o rateio é baseado em dados nunca atualizados, diferentemente do que a lei que o instituiu em 1989 determinava. O fundo tem como objetivo equalizar desequilíbrios econômicos entre as regiões do país.

O STF determinou o dia 31 de dezembro de 2012 como prazo final para que uma nova regra de partilha dos valores fosse estabelecida pelo Legislativo. A questão não foi resolvida pelos parlamentares, mesmo com a aproximação do prazo final para a mudança.

Agora, diante do esvaziamento do Congresso devido ao recesso, o argumento usado é que há um entendimento da assessoria jurídica do Senado de que os pagamentos podem continuar sendo feitos até que seja criada nova regra, segundo Eduardo Braga (PMDB-AM), líder do governo no Senado. A questão deve voltar a ser debatida no Legislativo em fevereiro.