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Pinga-fogo

Marcos Labanca / GP

"Até agora, há muita fumaça e poucos fatos apresentados."

Do ministro da Justiça José Eduardo Cardozo sobre as denúncias que recaem contra se seu colega da Casa Civil, Antonio Palocci

O governo da presidente Dilma Rousseff (PT) vai passar por duas provas de fogo nesta semana no Congresso. O primeiro desafio é assegurar a união da ampla maioria na Câmara para barrar as tentativas de CPI e pedidos de esclarecimentos do ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, a respeito das denúncias feitas pela imprensa sobre seu crescimento patrimonial.

Ao mesmo tempo, Dilma terá de conciliar as diferenças entre ambientalistas e ruralistas da base governista na votação do Código Florestal, prevista para iniciar amanhã no plenário da Câmara. O confronto entre as bancadas deve tornar a votação tensa. Ontem, durante manifestação organizada pela coalização de ONGs SOS Florestas contra o texto do novo Código Florestal, a ex-ministra do Meio Ambiente, Marina Silva (PV) (foto), afirmou temer que a votação de pontos polêmicos do novo código seja usada como moeda de troca para evitar a investigação de Palocci.

Falando em nome da maioria das entidades ambientalistas do Brasil, Marina Silva cobrou da presidente as promessas de campanha feitas no segundo turno das eleições presidências, no ano passado. "A presidente Dilma se comprometeu com o Brasil inteiro que vetaria qualquer mudança no Código Florestal que promovesse desmatamento", afirmou.

A ex-ministra disse que irá entregar à Dilma, ao lado de outros ex-titulares da pasta do Meio Ambiente, uma carta apontando os riscos da aprovação do novo código.

"Eu e Palocci somos inocentes"

O deputado federal Paulo Maluf (PP-SP) afirmou ontem que acredita na integridade do ministro-chefe da Casa Civil, Antônio Palocci, a respeito das denúncias que envolvem o aumento patrimonial do ministro. Questionado então sobre os escândalos que citam seu nome – Maluf foi preso em 2005 sob acusação de lavagem de dinheiro e corrupção passiva – o deputado passou a se defender. "Sou inocente de todas as falsas acusações. Quem denuncia é quem não teve coragem de fazer o que fiz em 44 anos de vida pública", afirmou.

Aliás...

Em meio à polêmica e aos debates acalorados sobre a votação do novo Código Florestal, a Assembleia Legislativa do Paraná irá homenagear o deputado federal Reinhold Stephanes (PMDB), um dos grandes defensores das concessões ao desmatamento criticadas por ambientalistas no novo texto. Ele receberá o título de cidadão honorário do Paraná, em sessão solene na próxima quinta-feira (26). A homenagem foi proposta pelo deputado Plauto Miró (DEM), primeiro-secretário da Assembleia. Stephanes, que fez longa carreira na política no estado, nasceu em Porto União (SC).

Inutilidade pública

A pauta de hoje da Assembleia Legislativa prevê a discussão de oito projetos, todos dedicados a declarar a "utilidade pública" de diferentes instituições. Na lista, não há temas de maior relevância. Como a Gazeta do Povo demonstrou em reportagem na semana passada, vários projetos que tratam de assuntos mais complexos são barrados na Comissão de Constituição e Justiça, ou seja, esbarram no desconhecimento dos próprios deputados para fazer propostas que não sejam ilegais.

Tudo parado

No Senado, a semana inicia com a pauta do plenário trancada depois que o PSDB obstruiu a votação da Medida Provisória que concede crédito de R$ 26,6 bilhões a 20 ministérios, órgãos do Executivo, empresas estatais e Poder Judiciário. Os tucanos ajuizaram uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) no STF, por considerar que a edição de MPs de liberação de créditos fere a Constituição. As MPs têm prioridade sobre as demais matérias. Enquanto o impasse não se resolve nada será votado.

O líder e o laranja

A revista Época desta semana traz documentos e depoimentos sobre negócios suspeitos do líder da bancada governista no senado, Romero Jucá (PMDB). Em entrevista para a revista, o lobista Geraldo Magela Fernandes admitiu ser laranja do senador . "Eu era o responsável pela contabilidade da campanha e declarei só 1% das despesas", diz o lobista. Entre as denúncias levantadas por Magela e investigadas pela revista estão a possível existência de caixa dois em campanha, recebimento de propina por parte de empreiteira e busca de dinheiro vivo com doleiros, que era usado para ocultar o nome do senador em rede de mais de dez empresas registradas em nomes de parentes ou laranjas.

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