Primeira pessoa a chegar ao local do acidente, uma testemunha que não quis ter o nome revelado declarou ontem que o deputado Carli Filho dirigia em altíssima velocidade no momento da colisão. "Não cheguei a ver o velocímetro do carro, mas ele estava no mínimo a uns 150 quilômetros por hora", garantiu. Segundo ela, que procurou a RPC TV para contar detalhes da batida e também falou com a reportagem da Gazeta do Povo, o Honda Fit, no qual estavam os dois rapazes que morreram, trafegava a uma velocidade suficiente para conseguir dobrar a esquina entre as ruas Paulo Gorski e Monsenhor Ivo Zanlorenzi cerca de 30 quilômetros por hora. Quinze metros à frente, contou, o Passat do deputado atingiu a traseira do Honda Fit, cortando o teto do veículo. A testemunha disse ainda que não havia um terceiro carro envolvido no acidente nem qualquer sinal de que um racha estivesse sendo disputado.
De acordo com ela, Carli Filho permaneceu o tempo todo acordado antes de ser levado para a ambulância e resmungava muito. "Não dava para entender o que ele falava", afirmou. A testemunha revelou que o rosto do deputado ficou bastante machucado, mas não estava desfigurado como chegou-se a comentar no dia do acidente. "O rosto dele tinha um afundamento, provavelmente porque deve ter quebrado um osso da face, e também estava inchado por causa dos cortes", disse. "Mas os bombeiros diziam: esse vai se salvar."
Ela declarou também que dois soldados que atenderam a ocorrência comentaram entre si que Carli Filho era uma "vítima em código três (com risco de morrer) visivelmente etílico". No entanto, afirmou que não houve nenhuma menção de que se tratava de um deputado.
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