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Brasília (AE) – A CPI dos Bingos encontrou ontem uma testemunha que apresentou uma nova versão sobre a motivação do seqüestro e assassinato do prefeito de Santo André Celso Daniel (PT), em janeiro de 2002. Segundo essa testemunha – uma mulher que faz trabalho comunitário em uma favela de São Paulo – um informante (identificado como Paraíba, que teria sido convidado para participar do crime) relatou que o seqüestro foi feito para quitar uma dívida contraída na eleição de 2000 pelo empresário Sérgio Gomes da Silva, o Sombra.

Segundo essa testemunha, Sombra – apontado pelo Ministério Público como mandante do crime – teria feito um acordo com um traficante de drogas que queria legalizar a operação e o transporte alternativo em Santo André. Para ser atendido, o traficante teria oferecido R$ 1,5 milhão como doação de campanha. Ainda segundo o relato, diante da não legalização do sistema após a eleição do prefeito petista, o traficante cobrou a dívida de Sombra.

O empresário não teria o dinheiro e, em acordo com o traficante, teria tramado o seqüestro do prefeito, com o objetivo de arrecadar R$ 3 milhões. Metade seria usada para quitar a dívida e o restante iria para a quadrilha contratada para o assassinato.

Para o sub-relator do caso Celso Daniel na CPI, o senador Magno Malta (PL-ES), que ouviu a testemunha junto com os colegas Eduardo Suplicy (PT-SP) e Romeu Tuma (PFL-SP), a versão apresentada "fecha o caso". Já o promotor Roberto Widder Filho, que integra a força-tarefa para investigar o caso, vê com reserva a nova versão.

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