A Corregedoria do Senado ouviu nesta quarta-feira, a portas fechadas, duas testemunhas na investigação que apura se o caseiro Francenildo Costa foi pressionado ou não a comprometer o ex-ministro Antonio Palocci na CPI dos Bingos. O corretor de imóveis Gustavo de Abreu Coutinho e o funcionário do Senado, Enéas de Alencastro, confirmaram o que o caseiro já havia dito.
Coutinho contou que foi procurado por Francenildo, que queria contar o que sabia a respeito dos encontros do ex-ministro, na casa alugada por ex-assessores de Palocci, no Lago Sul de Brasília. Coutinho, por sua vez, procurou o amigo Enéas, que trabalha no Senado e entrou em contato com o senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT). O senador encaminhou, então, o caseiro para uma repórter Rosa Costa, "Estado de S. Paulo", autora da primeira entrevista com o caseiro.
O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) provocou confusão, nesta quarta-feira, ao revelar que outro senador do PT teria avisado ao então ministro Antônio Palocci que o caseiro tinha dinheiro demais para quem ganha dois salários mínimos. A informação teria sido dada por um jardineiro, que trabalha na mesma rua do caseiro.
O senador Tião Viana (PT-AC) admitiu que recebeu a informação de cinco pessoas diferentes, mas disse que não passou adiante.
- Me informaram que teriam uma testemunha que poderia, eventualmente, afirmar que houve uma tentativa de persuasão com dinheiro para que o caseiro desse uma declaração contraria ao ministro Palocci. Eu me limitei a ficar na condição de espera e aguardar qualquer informação complementar - afirmou Vianna.
Para o senador Romeu Tuma (PFL-SP), corregedor do Senado, falta esclarecer se e como esta informação chegou ao Ministério da Fazenda.
- Surgiu uma dúvida aqui, o caminho pra chegar as autoridades do governo pra forçar a quebra de sigilo, e ficou essa interrogação - comentou Tuma.