Comissão discute mudanças na licitação
O vereador Jair Cezar, presidente da comissão de vereadores formada para discutir mudanças na lei que prevê licitação para a contratação de empresas para o transporte coletivo em Curitiba, afirmou que no dia 20 de novembro haverá uma audiência pública onde a população irá se manifestar sobre o tema dando sugestões. A instalação das tevês também será discutida. Só então o projeto da prefeitura, com as mudanças na proposta original, deverá entrar em votação.
O vereador disse que a comissão ainda não conversou com os empresários e quer ouvir a categoria para receber sugestões e discutir a idéia antes da audiência. "Depois entregaremos a minuta para a prefeitura analisar", disse. O projeto final só deverá entrar em votação no início de dezembro. "Pelo menos é o que pretendemos."
Jair Cezar ainda quer ter uma conversa com a Comec (Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba) para saber o que foi discutido com a Urbs sobre as linhas metropolitanas. "Disseram que pretendem montar um consórcio. Mas não deram detalhes. Vamos ver como é essa idéia."
Algumas emendas que podem entrar no projeto é a manutenção do pagamento das empresas por quilômetro rodado e estabelecer que a empresa vencedora faça uma apólice de seguros para todos que usam o transporte coletivo. Regras de distâncias entre os pontos de ônibus também estão sendo estudadas. Já sobre a possibilidade de constar na proposta de licitação um valor máximo da tarifa, o vereador disse que não houve ainda discussão nesse sentido.
Sindicatos desconhecem projeto da tevê
A prefeitura de Curitiba ainda não comunicou a idéia de instalar tevês nos ônibus aos sindicatos das Empresas de Transporte Coletivo (Setransp) e ao Sindicado dos Motoristas e Cobradores de Ônibus (Sindimoc). "Não fomos comunicados oficialmente nem conhecemos os detalhes. Gostaríamos de saber como será feito esse processo para ver quais melhorias ocorrerão", disse o diretor da Setransp, Aírton Amaral.
Segundo ele, o mais preocupante é um possível aumento do custo da operação no transporte. "Temos ainda de discutir como e de quem será a manutenção dessas tevês". O presidente do Sindimoc, Denílson Pires, alerta sobre o risco de roubos. "Instalar tevês nos veículos que circulam pelo anel central, tudo bem. Agora, colocar nos que fazem linhas mais distantes, como nos alimentadores, seria complicado, pois fica a questão de tentativas de roubos. Os motoristas e os cobradores não podem ficar responsáveis pelos aparelhos."
A prefeitura de Curitiba e a Urbs estão analisando, e podem autorizar nos próximos dias, a instalação de televisões de plasma em 50 ônibus biarticulados. A fase inicial é de experiência e, caso a idéia seja aprovada pela população, haverá a abertura de processo licitatório para que todo o sistema de transporte seja equipado com os televisores. As informações são da empresa Bus TV, de São Paulo, que ficaria com a responsabilidade da instalação dos aparelhos nos ônibus.
O assunto, mesmo antes de virar realidade, já tem sido tema de debate por parte da oposição ao prefeito Beto Richa. Vereadores petistas e demais adversários do tucano temem que a prefeitura utilize politicamente o espaço com propagandas institucionais e pedem que caso haja a instalação das tevês, que ela ocorra apenas após as eleições do ano que vem.
A bancada petista na Câmara Municipal protocolou pedido de informações sobre a novidade a vigorar no transporte público da capital.
O diretor de comunicação da Bus TV, João Coragem, garantiu que a empresa não produz qualquer programa de cunho político, religioso ou sindical. "E os cinqüenta televisores, modelos protótipos, passarão por um período de avaliação e verificação quanto o grau de aceitação pelos usuários."
O custo com investimentos é mais uma preocupação dos vereadores oposicionistas. Segundo informações extra-oficiais, o valor a ser investido seria de R$ 6 milhões para a instalação do equipamento em 600 ônibus ou R$ 10 mil por veículo. A prefeitura garantiu que todo o investimento será de responsabilidade da empresa, com custo zero para a administração municipal.
Para o líder do prefeito na Câmara, Mário Celso Cunha (PSB), essa é mais uma forma de manter a tarifa num patamar baixo. As autoridades curitibanas já viram a televisão funcionando em um ônibus. A Urbs disse que não se manifestaria sobre o assunto.
A Bus TV já está com todo o processo pronto para iniciar a fase experimental. O início das atividades poderá ocorrer já no mês de novembro. Inicialmente, o procedimento previa começar ainda este mês. A companhia está apenas no aguardo do aval do prefeito Beto Richa (PSDB). A programação será produzida pela própria Bus TV, que já atua no segmento nos municípios de São Paulo e Rio de Janeiro, com tevês operando em 250 ônibus na capital paulista e 100 na capital fluminense. Porto Alegre e Recife já autorizaram o procedimento. A prefeitura de Salvador também está avaliando a medida.
De acordo com Bus TV, 70% da programação seria de ordem pública, como programas de saúde, educação, esporte, cultura, cidadania, curiosidade, direito do consumidor, gastronomia e trânsito. Os 30% restantes da grade de programação transmitiria cotas publicitárias. Parte do orçamento recebido pela empresa seria repassado ao Fundo de Urbanização de Curitiba. Há a obrigatoriedade de que essa verba seja investida em melhorias e manutenção do sistema de transporte coletivo.
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