O 1º vice-presidente do Senado, Tião Viana (PT-AC) disse nesta terça-feira que o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), tem condições de derrotar no plenário o relatório que pede a sua cassação por quebra de decoro. Elaborado por dois dos três relatores que compõem a comissão de inquérito da representação do PSOL contra Renan, Renato Casagrande (PSB-ES) e Marisa Serrano (PSDB-MS), o relatório vai a votação nesta quarta-feira no Conselho de Ética tendo como contraponto o voto em separado do senador Wellington Salgado (PMDB-MG), favorável ao arquivamento da denúncia.

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- A previsão de alguns é que ele [Renan] vença em Plenário - disse Tião Viana, para quem o voto secreto é uma determinação constitucional.

Tião Viana disse que se a decisão do conselho passar sem problemas pela Comissão de Constituição Justiça e Cidadania (CCJ), ainda nesta quarta, o relatório poderá ser publicado no Diário do Congresso da quinta-feira e, no mesmo dia, ser votado em Plenário. A expectativa entre os senadores, entretanto, é de que o Plenário só aprecie o caso Renan na quarta-feira da semana que vem, dia 12. Tião Viana é quem toma decisões pela Mesa no caso Renan.

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Casagrande deixou a sessão plenária por volta das 17h30m para "estudar o relatório" produzido em conjunto com Marisa Serrano, e que não teve o aval do terceiro relator, senador Almeida Lima (PMDB-SE). Este preferiu apresentar um voto em separado no qual manifestou-se pela falta de provas para a condenação de Renan por ter se valido de um funcionário da empreiteira Mendes Júnior para fazer pagamentos de pensão à filha que tem com a jornalista Mônica Veloso.

- O Renan aparentemente continua com grande apoio no Plenário, mas o nosso relatório tem base técnica, a perícia feita pela Polícia Federal, e os senadores não podem se desconectar da opinião pública - disse Casagrande.

Almeida Lima rebateu as declarações de Casagrande reafirmando o que considera o "caráter político" das afirmações contra Renan. Almeida Lima entende que a oposição está tentando cassar Renan como uma forma de compensar o menor número de senadores de sua bancada.

- Nas próximas vezes, defendo que a cassação de mandato seja julgada pelo Supremo Tribunal Federal, que não se deixaria levar por argumentos políticos - pregou Almeida Lima.

O senador prevê o fortalecimento político de Renan com sua possível absolvição.

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- Aí é que ele vai continuar presidente. Rachado, o Senado sempre esteve, entre governo e oposição - afirmou.