• Carregando...
Stica: vereador preferiu ser líder da oposição. | Rodolfo Bührer/Gazeta do Povo
Stica: vereador preferiu ser líder da oposição.| Foto: Rodolfo Bührer/Gazeta do Povo

Calouros ainda estudam quais projetos de lei vão apresentar

A maioria dos vereadores novatos consultada pela reportagem ainda está analisando os projetos de lei que pretende apresentar neste ano. "Estamos preparando as bases da nossa esfera de trabalho, que estará relacionado aos direitos humanos e a aplicabilidade dos oito objetivos do milênio estabelecidos pela ONU", afirma a vereadora Renata Bueno (PPS)

Outra caloura que ainda se prepara para apresentar os seus primeiros projetos de lei à Casa é Mara Lima (PSDB), que prefere não revelar o conteúdo das propostas. "A única coisa que posso adiantar é que será algo relacionado ao som. Dando certo, será bom para quem lida com música e também para as igrejas", diz Mara Lima, que é cantora gospel.

Dirceu Moreira (PSL) também promete apresentar no próximo mês sua primeira proposta na Câmara. "Um dos projetos que vamos apresentar trata da liberdade religiosa das pessoas que guardam o sábado. O projeto não estabelecerá uma obrigatoriedade, mas dará ao prefeito a possibilidade de autorizar os órgãos públicos a ter essa flexibilidade e permitir que as pessoas que guardam o sábado não precisem trabalhar nesse dia."

Professor Galdino (PV) é um dos poucos novatos que já apresentou um projeto de lei. A proposta dele determina que sejam instaladas torneiras com temporizadores de vazão em todos os prédios públicos municipais.

A estratégia para a aprovação das propostas também têm sido estudada pelos novatos. "Nesses primeiros dias, eu percebi que, para você aprovar qualquer projeto, tem que negociar muito", diz Denilson Pires (DEM). Quem já viveu esse momento de negociação foi Jonny Stica (PT). Ele negociou a convocação do presidente da Urbs, Marcos Isfer – proposta ainda não aprovada.

A primeira semana de trabalho dos vereadores "calouros" de Curitiba na Câmara Municipal foi de reconhecimento do terreno. Dos 38 vereadores da capital eleitos em 2008, 18 não estavam na legislatura passada, sendo que 13 cumprem mandato político pela primeira vez. Desses, poucos se atreveram a pedir a palavra para opinar sobre os temas da pauta ou subir à tribuna para se pronunciar nas duas primeiras sessões ordinária da nova legislatura, realizadas na semana passada.

"Fiquei mais neutra nas discussões para me situar melhor", diz a vereadora Mara Lima (PSDB). Outro que seguiu a mesma "estratégia" foi o vereador Julião Sobota (PSC), o Julião da Caveira, líder da torcida atleticana Os Fanáticos. "Antes de começar a opinar, eu quero observar. Por isso, por enquanto, eu vou ficar na minha, sem escrachar nem rasgar seda para ninguém."

O vereador Professor Galdino (PV) também preferiu mais ouvir do que falar nas primeiras sessões do ano. Ele conta que ainda não tem um entrosamento com os demais colegas de Câmara. "Muitos olham céticos para a gente. Não houve uma aproximação. Acho que por causa do jeito diferente que fizemos a nossa campanha", comenta Galdino, que ficou conhecido pelo seu estilo excêntrico de fazer campanha, de jaleco e com um microfone e uma bicicleta. Ele não abandonou o jaleco e não dispensa também o computador portátil com acesso à internet nas sessões.

Para o vereador Emerson Prado (PSDB), não falta de entrosamento com os colegas. Mas ele acredita que a condução dos trabalhos na Casa poderia ser mais dividida entre calouros e veteranos. Das oito comissões da Câmara, apenas a de Segurança será presidida por um novato – Roberto Aciolli, do PV. Já na composição da Mesa Executiva não há nenhum recém-chegado. "É preciso que os que já estavam aqui chamem os novatos a participar. Os novatos também têm competência para conduzir a tomada de decisões", afirma Prado.

Se não têm tido vez nos cargos relacionados à condução do trabalho na Câmara, os novatos conseguiram mais espaço nas lideranças. Seis dos 15 líderes são calouros – desses, quatro foram escolhidos por ser o único representante da legenda na Câmara.

Entre esses líderes, está a vereadora Noemia Rocha (PMDB), que comandará o bloco de oposição formado por PT e PMDB. "Esse é um grande desafio, ainda mais para mim como nova parlamentar", diz. Segundo a vereadora, ser da oposição não tem atrapalhado o relacionamento com os colegas, que são em sua maioria da base aliada do prefeito Beto Richa (PSDB).

Colega de Noemia na oposição, Jonny Stica também afirma ter sido bem recebido na Câmara. O vereador mais jovem desta legislatura – com 25 anos – foi um dos novatos mais desenvoltos no plenário na semana passada. Ele fez questão de apresentar sua opinião sobre os temas mais polêmicos discutidos na pauta e não se conformou em ficar de fora da Comissão Especial para Assuntos da Copa de 2014. Por sugestão dele, que é arquiteto, a Comissão Permanente de Urbanismo trabalhará em conjunto com o grupo especial montado para a Copa. Antes disso, Jonny quase entrou em uma disputa com o veterano Pedro Paulo – indicado para a relatoria – pela vaga a que o PT tinha direito. "Foi apenas um mal-entendido que já resolvemos", diz Stica.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]