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A consultora disse que sua apresentação seria, na verdade, sobre planejamento de eventos e trataria sobre tópicos como quantos discursos deve ter uma cerimônia e qual é local correto para posicionar a bandeira nacional. | /
A consultora disse que sua apresentação seria, na verdade, sobre planejamento de eventos e trataria sobre tópicos como quantos discursos deve ter uma cerimônia e qual é local correto para posicionar a bandeira nacional.| Foto: /

A jornalista e consultora de etiqueta Claudia Matarazzo, 56, disse que considerou “uma escolha infeliz” o título dado à palestra que ela ministraria às primeiras-damas e prefeitas do Rio Grande do Norte nesta terça-feira (9).

Claudia foi convidada pelo governo potiguar para dar a palestra intitulada “Etiqueta e elegância: a arte de receber das primeiras-damas do RN”, mas o evento foi cancelado após repercussão negativa nas redes sociais.

A consultora disse que sua apresentação seria, na verdade, sobre planejamento de eventos e trataria sobre tópicos como quantos discursos deve ter uma cerimônia e qual é local correto para posicionar a bandeira nacional. “Como as pessoas me relacionam à elegância e à etiqueta, no convite vinha ‘etiqueta’ e ‘elegância’. E, claro, as pessoas não podiam adivinhar que era sobre planejamento de eventos”, disse.

Claudia afirmou que considerou “uma pena” o cancelamento da palestra, porque seria uma oportunidade para as primeiras-damas e prefeitas potiguares levarem conhecimento para o interior do Estado. “Elas recebem gente, fazem eventos, fazem cerimônias com entidades, então elas têm que entender como é que funciona um evento”, afirmou a consultora.

As críticas que levaram ao cancelamento da palestra citaram a atual crise financeira do Estado, que enfrenta dificuldades para pagar servidores e decretou estado de calamidade em 92% dos municípios por causa do quarto ano consecutivo de seca.

Claudia confirmou a informação dada pelo governo, de que não cobraria pela palestra porque já estaria na cidade para outro compromisso e por saber que o governo não teria condições de pagar.

Ela disse ainda que entende as críticas, mas que isso não tira a importância da organização de cerimônias, pois “uma coisa não anula a outra”. “As pessoas que criticaram falaram que a gente precisa de saúde e educação. Claro que precisa, mas mesmo assim você tem eventos, precisa planejar e precisa saber fazer”, disse ela.

“E o evento é a imagem do governo. Quanto melhor você souber fazer isso, com mais eficiência para literalmente sair bem na foto, melhor.” “Sou a primeira a achar que tem priorizar uma série de coisas, que nós temos milhares de problemas. Agora uma coisa não anula a outra, você não está tirando dinheiro nem tirando estrutura do governo”, afirmou.

‘RECEPTIVAS’

Segundo Claudia, a palestra seria voltada para prefeitas e primeiras-damas porque as mulheres são mais “receptivas” do que os homens e têm “humildade” de saber quando podem melhorar.

“Homem não é bem assim. Somos, sim, uma sociedade patriarcal e eles são mais rebeldes”, disse. “Se você falasse: vamos juntas todos os prefeitos para ouvir sobre cerimonial e protocolo, eles te dão risada na cara, eles vão falar que têm mais o que fazer.”

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