O Órgão Especial do Tribunal de Justiça de São Paulo absolveu, por 20 a 2, o ex-coronel Ubiratan Guimarães, que havia sido condenado a 632 anos de cadeia pelo massacre dos 111 presos da Casa de Detenção do Carandiru, em 1992. Guimarães comandou a operação de invasão no presídio e foi o único julgado pela chacina.

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Os desembargadores entenderam que houve nulidade no processo em que o coronel foi culpado pelo massacre e seguiram o voto do desembargador Valter de Almeida Guilherme, que defendeu a absolvição de Ubiratan, alegando que o julgamento foi político. Os dois únicos votos pela manutenção da condenação do coronel foram dados pelos desembargadores Mahamad Amaro, relator do processo, e Valim Belocchi.

Os 20 desembargadores favoráveis ao coronel Ubiratan entenderam que houve "equívoco da juíza "de primeira instância que condenou o coronel a 632 anos de prisão, entendendo que ela confundiu os votos dos 4 jurados do Tribunal de Júri.

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O presidente do TJ, desembargador Celso Limongi não votou. O promotor Felipe Cavalcanti considerou a absolvição como "o maior absurdo político" do TJ e lembrou que o desembargador Almeida Guilherme foi o mesmo que defendeu a absolvição dos PMs no caso da Favela Naval.

O Ministério Público Estadual deve recorrer da decisão do TJ para tentar manter a punição ao ex-coronel, que é também deputado estadual na base de apoio do governador Geraldo Alckmin.

Ubiratan Guimarães havia sido julgado e condenado em 2001, por juri popular, por co-autoria na morte de 102 presos.