Fim do gabinete
Servidores de Romanelli devem ser exonerados nesta semana
Os 12 funcionários comissionados que hoje estão lotados no gabinete do deputado licenciado Luiz Cláudio Romanelli (PMDB) devem ser exonerados nesta semana da Assembleia Legislativa, conforme determinou o Tribunal de Justiça do Paraná (TJ). A assessoria do presidente da Casa, deputado Valdir Rossoni (PSDB), informou que a Assembleia já foi notificada da decisão do TJ e que o caso está no departamento de pessoal. O ato de exoneração deve ser assinado nos próximos dias.
Procurado pela reportagem, Romanelli, que hoje é secretário estadual do Trabalho, afirmou que soube da decisão pelo presidente da Assembleia e que vai cumprir o que foi determinado.
Artigo
"Art. 2-A. A remuneração mensal dos Secretários de Estado, a partir de 1.º de janeiro de 2011, fica fixada em 70% (setenta por cento) da remuneração do Governador do Estado.
Parágrafo único. O Deputado Estadual investido no cargo de Secretário de Estado que optar pela remuneração da pasta executiva perderá, durante o exercício do encargo do secretariado, a remuneração, bem como as demais prerrogativas pecuniárias, físico/estruturais e de pessoal, previstos em regramento específico, destinadas ao desempenho do mandato, decorrentes da cadeira parlamentar. (incluído pela Lei 16.750 de 29/12/2010).
I - No caso de opção pela remuneração parlamentar, todas as prerrogativas decorrentes da cadeira parlamentar, mencionadas no parágrafo único, ainda que ocupada pelo suplente, serão mantidas em favor do Deputado Estadual que assumir as funções de Secretário de Estado. (Incluído pela Lei 16.750 de 29/12/2010)."
Artigo da Lei Estadual nº 15.433/2007 considerado inconstitucional pelos desembargadores do Órgão Especial do Tribunal de Justiça.
O Tribunal de Justiça do Paraná (TJ) considerou inconstitucional o trecho da lei paranaense que permite que um deputado estadual mantenha a estrutura de gabinete na Assembleia Legislativa mesmo após assumir uma secretaria de estado. O efeito imediato da decisão é que o deputado licenciado Luiz Cláudio Romanelli (PMDB), que ocupa a Secretaria Estadual do Trabalho, terá de voltar à Assembleia ou desistir de manter a estrutura do Legislativo com direito a uma verba mensal de R$ 31,5 mil.
Por unanimidade, os desembargadores do Órgão Especial do tribunal entenderam que o artigo 2-A da Lei Estadual n.º 15.433 de 2007 fere os princípios da eficiência e economicidade previstos na Constituição Federal. A ação de inconstitucionalidade foi proposta em abril deste ano pela Procuradoria-Geral de Justiça do Paraná, órgão máximo do Ministério Público Estadual (MP).
O artigo, agora excluído por determinação judicial, previa que ao assumir o cargo no Executivo, o parlamentar podia escolher pela remuneração da secretaria ou do Legislativo. Caso o vencimento como deputado fosse escolhido, diz a lei, o parlamentar terá asseguradas "todas as prerrogativas decorrentes" do mandato eletivo incluindo a manutenção do gabinete na Assembleia. Caso a escolha seja pelos vencimentos de secretário, o deputado perde todos os direitos do mandato parlamentar.
Atualmente, somente Romanelli se enquadra nessa situação. Ele acumula desde janeiro de 2011 o mandato com o cargo no governo Beto Richa (PSDB). Ele terá de exonerar os 12 servidores comissionados lotados no seu gabinete caso se mantenha na pasta do Trabalho.
Até maio deste ano, a Assembleia mantinha também o gabinete do ex-deputado Durval Amaral (DEM), que em janeiro de 2011 assumiu a Casa Civil do governo Richa. Mas em 8 de maio, Durval foi eleito conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TC) o que acabou por extinguir o vínculo dele com o Legislativo e, consequentemente, representou a perda da estrutura do gabinete parlamentar.
Ao todo, o gabinete de Durval e Romanelli custaram R$ 160 mil para a Assembleia só com restituição da verba de representação em 2012 sem contar salários de servidores. Foram R$ 110 mil de restituição para o peemedebista, no período de janeiro a julho deste ano, e o restante para Durval (de janeiro a maio).
Economia
Com a decisão do TJ, a Assembleia não terá mais gabinetes que o número de parlamentares (54). Com isso, poderá economizar. Se levar em conta o pleno funcionamento, utilizando de todos os cargos possíveis e a valor máximo da verba de restituição, cada gabinete custa para o Legislativo R$ 110 mil por mês. Se multiplicado pelo número de deputados, a despesa mensal soma quase R$ 6 milhões ou R$ 71,2 milhões anuais.
No despacho, o ministro relator, desembargador Lídio José Rotoli de Macedo, destaca a economia para os cofres públicos. "A sociedade não pode ser penalizada com a geração de encargos totalmente despiciendos, uma vez que legalmente já se estará ofertando estrutura física e de pessoal ao deputado, no Executivo, e a seu suplente". Os efeitos desta decisão, cita o magistrado, valem a partir da publicação a sentença, portanto, não exige a possível devolução dos recursos utilizados pelos deputados que se licenciaram da Assembleia para assumir cargo no Executivo.
Apesar desse entendimento, Romanelli teria conversado com o deputado Elton Welter (PT), que como suplente assumiu a cadeira do peemedebista, sobre a questão. Fontes contam que Romanelli teria dito ao petista que, caso a Justiça determinasse a devolução de recursos, ele [Welter] teria de pagar. Caso contrário, reassumiria o mandato. Welter chegou a se reunir com a bancada do PT na Assembleia para pedir ajuda financeira, caso tivesse que arcar com os gastos do gabinete de Romanelli.
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