O Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo decidiu nesta terça-feira que o ex-seminarista Gil Rugai deve mesmo ser submetido a júri popular. Rugai é acusado pelo assassinato do pai, Luiz Carlos Rugai, e da mulher dele, Alessandra Troitino, em março de 2004. Os advogados do rapaz alegavam que não havia indícios suficientes para que ele fosse julgado. A data do julgamento, porém, ainda não foi marcada.

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Após dois anos de prisão, Gil Rugai foi solto no dia 19 de abril passado, depois que o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, por três votos a um, que a prisão preventiva estava sendo levada por tempo excessivo sem que o julgamento fosse marcado.

A decisão abriu debate sobre a morosidade da Justiça. Só no estado de São Paulo são mais de 1 milhão de processos criminais parados. Com isso, muitos acusados acabam sendo libertados antes do julgamento, simplesmente porque o tempo de prisão preventiva se esgotou.

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Gil Rugai nega o crime. No processo, ele é acusado de duplo homicídio qualificado e estelionato. Quase um ano depois do crime, no entanto, surgiram novas provas. Em junho de 2005 foi encontrada na tubulação de esgoto do prédio da produtora KTM, da qual o rapaz era sócio, a arma usada no assassinato do casal. Laudo do Instituto de Criminalística de São Paulo mostrou que a arma foi a mesma usada no crime, uma pistola 380. A arma estava num saco plástico preto, com sinais de ferrugem, e foi encontrada por funcionários que foram desentupir os canos.

Um vigia contratado pela família é uma das testemunhas do caso e afirma ter visto o rapaz deixar a casa do pai junto com outra pessoa no dia do crime. O Ministério Público diz que o vigia foi ameaçado. Segundo o Ministério Público, outra prova são as marcas de sapato encontradas na porta arrombada no dia do crime, que seriam do estudante.

O crime teria ocorrido por conta de uma briga entre pai e filho, que terminou com o afastamento de Gil Rugai da empresa do pai. Segundo a polícia, Gil Rugai falsificou a assinatura de Luiz Carlos Rugai para retirar da empresa dele R$ 100 mil. O rapaz disse que a assinatura era falsificada com autorização do pai para que ele pudesse movimentar a conta.