O advogado Cláudio Dalledone Júnior, representante legal do ex-segurança da Assembleia Edenilson Carlos Ferry, conhecido como Tôca, afirmou ontem que seu cliente não tem qualquer envolvimento com os equipamentos de espionagem encontrados no fim de semana dentro do Legislativo.
Dalledone disse que protocolou um requerimento para o presidente da Casa, deputado Valdir Rossoni (PSDB), colocando Tôca à disposição do Poder Legislativo para responder a qualquer questionamento sobre o caso. "O Tôca está à disposição. Mas, desde já, adianto que meu cliente nega qualquer envolvimento com grampos", disse o advogado.
Publicamente, ninguém acusou Tôca pela instalação dos equipamentos de monitoramento eletrônico de conversas. Mas o advogado de Tôca resolveu antecipar-se após a briga que o ex-segurança da Casa trava com Rossoni. O deputado, ao ser eleito presidente da Assembleia, não aceitou a exigência de recontratar os seguranças que haviam sido demitidos na semana passada pelo ex-presidente Nelson Justus (DEM) a demissão de todos os servidores de confiança, sem vínculo efetivo com o poder público, é uma obrigação determinada pela legislação quando há troca de gestão. Segundo deputados, a recusa de recontratar os seguranças teria motivado os ex-funcionários insatisfeitos, encabeçados por Tôca, a fazer ameaças aos parlamentares.
Licenciado
Tôca pediu ontem licença do cargo de presidente do Sindicato dos Servidores do Legislativo do Paraná (Sindilegis), entidade que representa os funcionários da Assembleia. O advogado dele disse que o afastamento se deu para que o Tôca possa responder às suspeitas que pairam sobre ele. Quem assume o sindicato é o servidor efetivo da Casa Marco Aurélio Bartolino Arpino, que era vice-presidente.
Com a saída de Tôca, a reunião que estava marcada para ontem entre o sindicato e Rossoni não ocorreu. O encontro havia sido solicitado pelo Sindilegis para avaliar a situação dos quase 300 funcionários comissionados do setor administrativo, incluindo parte dos ex-seguranças da Casa, que foram exonerados. A expectativa é que a reunião aconteça em outra data.
Em menos de um ano, essa é a terceira vez que o sindicato muda o presidente. Até março de 2010, quando a Gazeta do Povo e a RPC TV denunciaram um esquema de desvio de dinheiro dentro da Assembleia, quem presidia o Sindilegis era o ex-diretor-geral da Assembleia Abib Miguel, o Bibinho. Com a prisão dele, acusado de liderar a quadrilha acusada pelos desvios, quem assumiu foi Diva Scaramella. Ela ficou no cargo até junho do ano passado, quando foi destituída do cargo dando lugar interinamente a Tôca, que foi eleito oficialmente presidente do Sindilegis na semana retrasada.
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