| Foto: Luiz Antonio / Agência LAR

O governo federal tem uma série de projetos destinados aos governos municipais. É vantajoso para as prefeituras firmarem convênios?

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Fizemos as contas. Todos os programas são subfinanciados, bem abaixo da metade do custo real. Isso acabou com as administrações municipais. Muitos prefeitos reclamam, dizem que o FPM [Fundo de Participação dos Municípios] caiu. Mas na verdade vai fechar este ano 1,1% acima, em termos reais. O problema é que tudo mais que o Congresso criou subiu numa proporção muito maior. Por exemplo: o piso do magistério vai ter um aumento de 19,2% em janeiro. E a arrecadação cresce 4% ou 5%. Isso torna os municípios ingovernáveis.

Mas, nessa situação, o convênio pode facilitar a realização das políticas públicas?

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Essa forma de dizer "Vou dar dinheiro para uma UPA", por exemplo, não é verdadeira. O prefeito, inadvertidamente, aceita o convênio. Mas depois ele quebra. Aceita fazer creche, depois não tem dinheiro para mantê-la. Muitos, sem calcular, dizem que a culpa é do FPM. Mas essa é só a ponta do iceberg. Enquanto o prefeito acreditar no governo federal; acreditar no governo estadual e transportar aluno para ele, acreditar no Judiciário e providenciar terreno para construir fórum ou para ceder funcionário; ajudar os órgãos todos, estará quebrado. Não tem retorno.

Qual seria uma solução possível?

Precisamos de reforma fiscal, saber aonde vai o dinheiro que é arrecadado e como volta para o cidadão.