| Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo

O senador Alvaro Dias estreou na terça-feira (12) na tevê no programa do PV, para onde se mudou depois de 18 anos de PSDB. Pré-candidato à Presidência desde já, o senador garante que mudou de partido, mas não de lado: continua na oposição ao governo Dilma. Veja os principais trechos da entrevista em que ele falou sobre seu papel na oposição, a relação com Beto Richa e liberação da maconha.

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O PV vai estar na oposição?

Vamos ter um partido na oposição. E isso não é uma incoerência. Em 2010, na primeira eleição da Dilma, o PV lançou a candidatura de Marina Silva e no 2.º turno apoiou o [tucano José] Serra. E depois, em 2014, teve a candidatura do Eduardo Jorge, apoiando abertamente o Aécio no 2.º turno. Considerei muito o fato de que o partido não está envolvido nem no mensalão nem no petrolão.

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Não pretendo fazer qualquer consideração sobre o PSDB. Tenho o maior respeito pelo partido. Infelizmente não foi possível continuar.

Fui olhar no programa
[do PV sobre a liberalização da maconha]. Fala em debater o assunto.
Mas a direção aceita inclusive retirar isso.

Em 2014, na campanha, o candidato do PV à Presidência, Eduardo Jorge, defendeu a descriminalização da maconha. O PV manterá essa posição?

Fui olhar no programa [do PV]. Fala em debater o assunto. Mas a direção aceita inclusive retirar isso e colocar uma cláusula de consciência.

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O sr. é contra a liberação?

Não temos condições de liberalizar desta forma. Não temos condições de atender a demanda que surgiria. Não temos casas de recuperação.

O PV defende a bandeira ecológica. O Paraná é um estado dependente do agronegócio. Como conciliar isso?

O programa do partido em relação à agricultura não causa nenhuma preocupação aos agricultores. Há possibilidade de compatibilizar o interesse da produção com a necessidade da preservação.

Sua relação com o governador Beto Richa ajudou a decidir pela saída do PSDB?

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Todos sabem que há anos não havia uma convivência adequada para quem integra o mesmo partido, em função de posturas diferentes. Isso é democrático, mas não houve uma boa administração dessa situação. Dizem que eu disputei a indicação para a disputa do governo em 2010, mas não foi assim. O que tinha se estabelecido era a indicação do candidato por meio de pesquisa de intenção de voto. E não houve isso.

Como fica sua relação com o PSDB?

Não pretendo fazer qualquer consideração sobre o PSDB. Tenho o maior respeito pelo partido. Infelizmente não foi possível continuar. Tenho conversado com o Aécio Neves (PSDB-MG) que, se eles desejarem, o PV pode integrar o bloco de oposição no Senado.

O sr. continua confiante no impeachment de Dilma?

Estou defendendo o impeachment. O impeachment é desejo da maior parte da população. Houve crime de responsabilidade confirmado pelo TCU. Há análise de crime eleitoral no TSE. E há a enxurrada de crimes na Lava Jato. O conjunto da obra justifica o impedimento da presidente.

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Mas parece que o movimento arrefeceu, não?

Nas férias, sim. Pode haver um recrudescimento quando o Congresso voltar à atividade. Em março há manifestação programada [contra Dilma]. Realmente em janeiro houve um esfriamento.