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Dias Toffoli, presidente do TSE | Felipe Sampaio / STF
Dias Toffoli, presidente do TSE| Foto: Felipe Sampaio / STF

O novo presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), José Antonio Dias Toffoli, cobrou ontem do Congresso a definição de um teto de gastos para os candidatos que vão disputar as eleições de outubro. A legislação determina que o Congresso estabeleça até o dia 10 de junho de cada ano eleitoral o limite de gastos de campanha para os cargos em disputa, mas isso nunca é cumprido.

A norma fala ainda que não sendo determinado o teto, cada partido fica responsável por fixar quanto poderá gastar na campanha. "Esta lei nunca foi editada. Se é livre, o céu é o limite. Há uma possibilidade [de fixar limite] e ainda tenho esperança de que o Congresso aprove lei estabelecendo teto para presidente, senador, governador, deputado federal, estadual e distrital", disse Toffoli.

O ministro afirmou que já tratou do tema com os presidentes da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Alves disse que chegou a pensar numa proposta, mas que será difícil conseguir consenso para este ano. "É um tempo curto, mas se todos entenderem a importância desse projeto e chegássemos a um denominador comum e correto, ainda poderia ser [aprovado o limite]", afirmou.

Toffoli disse que o teto poderia ser uma alternativa para melhorar o controle de gastos dos candidatos, uma vez que o Supremo Tribunal Federal (STF) ainda discute a legalidade de empresas doarem para campanhas. Para ele, mesmo que o Supremo conclua o julgamento sobre as doações particulares, a decisão não terá validade na disputa deste ano.

Parcialidade

Ao voltar a defender que procuradores e promotores tenham que pedir autorização da Justiça para investigar crimes eleitorais, Toffoli disse que o Ministério Público Eleitoral não é obrigado a agir com imparcialidade, tarefa que cabe aos juízes.

O STF deve avaliar na quarta-feira a ação proposta pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, para suspender a resolução que limita o poder de investigação do MP. Toffoli foi relator da medida no TSE. "O MP é um órgão essencial à Justiça, mas não tem a necessidade de imparcialidade. O MP pode ser parcial. Quem tem a imparcialidade é a Justiça", afirmou.

Cassação

O presidente do TSE defendeu também que os processos de cassação de mandatos na Justiça Eleitoral ocorram sob sigilo. "Isso não é proteger [o candidato], é para proteger o cidadão, o eleitor. O prefeito que está para ser cassado cria uma instabilidade administrativa de gestão", afirmou.

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