Juan Carlos Ramirez-Abadia, um dos traficantes mais procurados do mundo, usava várias identidades no Brasil e, para não ser descoberto, fez pelo menos três cirurgias plásticas no rosto.
Chefe do Cartel do Vale do Norte, na Colômbia, Abadia é acusado de mandar para os EUA mais de mil toneladas de cocaína nos últimos cinco anos. Ele teve a prisão decretada em Nova York e está condenado a 25 anos de cadeia por tráfico internacional e assassinato. "Ele responde por mais de 300 homicídios na Colômbia e a, pelo menos, 15 nos EUA", diz Fernando Francischini, da Polícia Federal.
Um dos traficantes mais procurados dos EUA foi preso em uma casa em um condomínio de luxo perto na Grande São Paulo. Foi surpreendido enquanto dormia. Ele morava ali fazia dois anos, com a mulher, que também é colombiana.
Juan Carlos Abadia montou diversas empresas no Brasil para lavar o dinheiro sujo das drogas. Ele controlava os negócios de casa por telefone e também pela internet. A Polícia Federal apreendeu mais de 150 celulares, uma coleção de relógios de grife importados e mais de US$ 300 mil em dinheiro vivo.
No site do departamento de estado americano, a agência anti-drogas oferece recompensa de até US$ 5 milhões, cerca de R$ 10 milhões, por pistas que levem a Juan Carlos Abadia. Como a investigação que levou à prisão dele foi comandada pela Polícia Federal brasileira, o governo americano deve doar o valor da recompensa para a PF com a orientação de que o dinheiro seja usado no combate às drogas.
Agora o traficante colombiano deverá ser extraditado para os EUA. Pelo menos outras dez pessoas foram presas nesta terça-feira, suspeitas de integrar a organização criminosa.
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