Um adolescente de 15 anos, identificado apenas como Eduardo, morreu ao ser atingido por uma bala perdida que, segundo vizinhos, teria partido de um confronto entre homens do Exército (com ajuda de policiais militares) e traficantes da região do Morro da Providência, na Zona Portuária. O rapaz foi baleado quando estava no Parque Machado de Assis, no Morro do Pinto. Segundo vizinhos, no momento acontecia intenso tiroteio entre militares e bandidos. A Secretaria de Segurança Pública informou não saber ainda de onde partiu o tiro que atingiu o adolescente. O Comando Militar do Leste ainda não se pronunciou sobre o tiroteio.

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O ambiente é tenso na Providência. Pela manhã, uma via de acesso ao Viaduto São Sebastião, perto da favela, chegou a ser fechada por medida de segurança. Policiais e soldados do Exército foram atacados com tiros. Moradores ficaram assustados. Na noite de domingo, bandidos da Providência atiraram uma bomba de fabricação artesanal contra uma guarnição do Exército num dos acessos ao morro.O artefato explodiu longe e ninguém se feriu. Policiais Militares do Grupamento Especial Tático-Móvel (GETAM) deram apoio aos soldados.

O ataque foi o primeiro contra as Forças Armadas desde a operação iniciada na sexta-feira em favelas da cidade para tentar recuperar dez fuzis FAL 7.62 e uma pistola 9mm que tinham sido roubados do quartel do Estabelecimento Central de Transportes (ECT), em São Cristóvão. Desde sexta-feira, quando começou a operação em sete favelas do Rio, ninguém foi preso e nenhuma arma foi recuperada.

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Suspeito de roubo é traficante da Previdência

No domingo, no Morro da Providência, cerca de 50 militares ocuparam os acessos à favela, revistando pedestres e até crianças. Em alguns pontos, foram montadas blitz, que paravam veículos e motos. O CML informou que vai investigar a possibilidade do envolvimento do traficante Evanilson Marques da Silva, da Providência. Ele era fuzileiro naval e desertou da corporação quando o setor de inteligência da Marinha iniciou uma investigação sobre roubo de armamento que o apontava como suspeito.

Também no domingo o Exército dobrou de 600 para 1.200 homens o efetivo nas favelas. E colocou 1.600 soldados de prontidão, em Goiânia e Brasília, além de pedir apoio ao serviço de inteligência da Marinha e da Aeronáutica. Em nota oficial divulgada também no domingo, o Comando Militar do Leste (CML) informou que "qualquer tropa do Exército brasileiro poderá ser mobilizada para atuar no Rio de Janeiro em poucas horas." Até o domingo nenhuma arma havia sido recuperada. Também não houve prisões.

Tropas de Goiânia e Brasília estão de sobreaviso

O CML garantiu que tem à disposição mais 800 soldados da Brigada de Operações Especiais do Exército de Goiânia e outros 800 do Grupamento de Infantaria em Brasília para reforçar a operação, caso seja necessário.

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- Dobramos o efetivo, pois a operação deve durar mais tempo do que a tropa do Rio agüentaria. Poderemos pedir ainda reforços, num total que pode chegar a 1.600 homens - afirmou o coronel Fernando Lemos, do setor de relações públicas do CML.

Na madrugada de sexta, bandidos com fardas camufladas e toucas do tipo ninja invadiram a unidade do Exército, agrediram militares e fugiram com o armamento. Desde então, com apoios de policiais militares, o Exército passou a ocupar acessos daS favelas do Complexo do Alemão (Ramos), de Manguinhos, Vila dos Pinheiros (Maré), Jacarezinho, Parque da Alegria (Caju), Dendê (Ilha do Governador) e Providência (Centro).

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