Exames de saúde
Governador passará por cateterismo
Folhapress
Brasília - O governador afastado e preso do Distrito Federal, José Roberto Arruda (sem partido, ex-DEM), deverá passar por um cateterismo cardíaco nos próximos dias. Segundo o médico particular do ex-democrata, Brasil Caiado, a tomografia do coração realizada por Arruda na segunda-feira identificou uma obstrução por uma placa de gordura em uma das artérias coronárias do governador.
O cateterismo cardíaco será feito para identificar o grau da lesão, mas ainda não há data para a avaliação ocorrer. Segundo o médico, o novo exame é importante para avaliar qual tratamento será adotado e se haverá ou não necessidade de internação.
"Não dá pra saber [se é grave]. Ele tem uma alteração que sugere que tem uma alteração na coronária. A placa de gordura obstrui parcialmente, mas tenho de estratificar com precisão para poder definir qual é o risco dele", afirmou Caiado.
Segundo o médico, o quadro de hipertensão e de depressão apresentado pelo governador afastado já existia antes da prisão, mas foi agravado com a custódia. Na avaliação dele, o estado de saúde de Arruda merece uma atenção especial pelo histórico familiar. "Toda vez que um paciente tem um histórico como ele, que tem de dois irmão safenados, pai que morreu de doença coronariana aos 60 anos, existe a associação de hipertensão mais diabetes associado a depressão, você sempre fica mais preocupado com a saúde daquele paciente", afirmou.
Desde que foi preso no dia 11 de fevereiro, Arruda deixou a prisão por três vezes para realizar exames.
Brasília - O Tribunal Regional Eleitoral do Distrito Federal (TRE-DF) cassou ontem, por 4 votos a 3, o governador José Roberto Arruda (sem partido, ex-DEM) por infidelidade partidária. Para o relator do caso, o desembargador Mário Machado, Arruda não sofreu discriminação pessoal, hipótese prevista em lei para a desfiliação sem perder o mandato. Machado sustentou que Arruda teve o direito de ampla defesa e não foi perseguido pelo partido.
O tribunal analisou a ação do procurador Renato Brill de Góes, que pediu que Arruda perdesse o mandato por ter deixado o DEM, segundo o texto, sem justa causa. A regra eleitoral diz que o mandato é do partido, não do candidato. O governador deixou o DEM na véspera da reunião da Executiva que analisaria sua expulsão.
Para o procurador autor da ação, a justificativa do governador não se aplica às exceções previstas na legislação eleitoral. "Houve a notificação e cai por terra o argumento de inocorrência do direito de defesa. As providências adotadas dão cumprimento ao rito ordinário da ampla defesa", disse Góes.
O relator da ação sugeriu que, com a cassação, houvesse eleição indireta para escolher o novo governador até o fim do ano.
Com o mandato cassado, Arruda perde o foro privilegiado e terá de recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) fora do cargo. Ele também deverá ser transferido para um presídio comum. Atualmente, Arruda está preso em uma sala na Superintendência da Polícia Federal em Brasília.
Os advogados de Arruda entraram ontem com um pedido de revogação da prisão do governador no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Na petição, os advogados alegam que Arruda está preso por tempo excessivo, não oferece risco às investigações e está com a saúde debilitada (leia acima). A Corte especial do STJ, que determinou há 34 dias a prisão e o afastamento de Arruda do governo do Distrito Federal, deve analisar o recurso hoje.
O ex-democrata já teve o pedido de liberdade negado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Intervenção
O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, encaminhou ontem ao Supremo parecer do órgão pela intervenção federal no Distrito Federal. Com a manifestação, a ação sobre o pedido de intervenção fica pronta para ser levada ao plenário do Supremo.
Deixe sua opinião