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O Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) decidiu na tarde desta terça-feira (10) que o deputado estadual Professor José Lemos (PT) deverá ser diplomado e assumir a prefeitura de Cascavel, no Oeste. O prefeito Edgar Bueno (PDT) teve o mandato cassado no dia 12 de novembro, mas até então não tinha sido afastado do cargo. Ele é acusado de fraude eleitoral. O vice-prefeito Maurício Theodoro (PSDB) também perdeu o mandato e em seu lugar assumirá Walter Parcianello (PMDB).

Lemos, segundo colocado no primeiro turno, assumirá imediatamente após a publicação da nova decisão que poderá ocorrer já nesta quarta-feira (11). Como os votos de Bueno no primeiro turno foram invalidados, o TRE-PR considerou que Lemos fez mais de 50% da votação sobre os demais candidatos.

Edgar Bueno, que acompanhou em Curitiba o julgamento dos embargos declaratórios apresentados por ele, disse que não concorda com a decisão. "Estou sendo cassado por ter falado a verdade, por dizer que o professor Lemos não mora em Cascavel e continuo afirmando isso", disse. Ele salientou que seus advogados já estão trabalhando para apresentar recurso no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Lemos disse que está assumindo com um ano de atraso, mas que a Justiça restabeleceu a verdade. "Se não fosse a fraude eleitoral eu deveria ter assumido ainda em janeiro. Ele [Edgar Bueno] é quem atrasou o processo eleitoral", afirmou. Lemos destacou ainda que precisará correr contra o tempo para colocar seus projetos em prática. "O projeto que apresentamos para Cascavel era para quatro anos, teremos que por o pé no acelerador", enfatizou.

Assembleia

Professor Lemos exerce atualmente o cargo de deputado estadual pelo PT. Caso assuma a prefeitura de Cascavel, a vaga deverá ser ocupada por um suplente da coligação PDT-PT-PMDB-PR-PC do B de 2010. O primeiro nome indicado pelo Tribunal Regional Eleitoral deve ser de Beti Pavi, que na época concorreu pelo PMDB. Mas, ela é prefeita de Colombo, cidade na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), e mudou de partido: para o PSDB. O outro nome da sequência deve ser de Valter Pegorer (PMDB), ex-prefeito de Apucarana, no Norte do Paraná.

A condenação

Bueno foi condenado por ter veiculado em seu programa eleitoral informações que induziam o eleitor a acreditar que Lemos não reside em Cascavel, mas em Curitiba, O programa sugeria que o então candidato era um "forasteiro" na cidade. A Justiça Eleitoral suspendeu o programa e deu direito de resposta à coligação do candidato petista no dia seguinte. Bueno, no entanto, decidiu manter o programa eleitoral com as acusações. De acordo com o TRE, a propaganda de Bueno fez uma ilação sobre a compra de uma casa por Lemos em Cascavel, o que acabou configurando a fraude.

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