O julgamento desta quinta-feira no 1º Tribunal do Júri de cinco acusados de envolvimento na morte do jornalista Tim Lopes, em junho de 2002, teve que ser desmembrado. O interrogatório de Claudino dos Santos Coelho e Ângelo Ferreira da Silva foi transferido para 29 de setembro, pois a tese de seus advogados de defesa entram em conflito com a dos outros três réus. Após os sorteio dos jurados, foram interrogados, nesta tarde, Fernando Satyro da Silva, Reinaldo Amaral de Jesus e Elizeu Felício de Souza.
Eles têm o direito de ficarem calados, mas todos disseram que são inocentes. Fernando, de 28 anos, afirmou que tem dois filhos e era pedreiro, bombeiro hidráulico e eletricista. Ele contou que, na hora do crime, estava num forró com a namorada e que sua mãe também sabia que ele ia à festa. As duas, porém, não foram arroladas como testemunhas.
Reinaldo, de 26 anos, disse apenas que era pedreiro e camelô na Rua Uruguaiana, no Centro. Ambos os réus foram presos dois dias após a morte de Tim Lopes. Condenados a seis anos por tráfico de drogas e associação para o tráfico, eles cumprem pena no presídio Bangu 3.
Já Elizeu é réu primário. Ele contou que era ajudante de caminhão, mas não soube informar em qual transportadora trabalhava. Disse que também era ajudante de borracheiro e, no dia do crime, estava trabalhando numa borracharia em Inhaúma, das 7h30m às 18h, apesar de ser domingo. Segundo ele, após o trabalho, passou o restante do dia em casa.
Neste momento, estão sendo ouvidas as testemunhas. A previsão é que o julgamento termine somente nesta sexta. A sessão foi aberta às 13h desta quinta.
Os réus respondem por homicídio triplamente qualificado - quando o crime foi cometido por motivo banal, com utilização de meios cruéis e sem chance de defesa para a vítima. A condenação pode chegar a até 39 anos de prisão.
O primeiro a ser julgado no caso Tim Lopes foi o principal acusado da morte do jornalista, o traficante Elias Maluco. Em maio de 2005, ele foi condenado a 28 anos e seis meses de prisão. Em junho, o traficante Cláudio Orlando do Nascimento, o Ratinho, foi julgado, considerado culpado e recebeu pena de 23 anos e seis meses de prisão.
Tim Lopes foi executado em 2 de junho de 2002 quando investigava uma denúncia de exploração sexual de menores em bailes promovidos por traficantes do conjunto de favelas do Alemão. Segundo a polícia, os réus teriam participado da captura de Tim em uma rua da Vila Cruzeiro e torturado o jornalista no alto da Favela da Grota.
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