O Tribunal de Justiça do Mato Grosso do Sul negou, na tarde desta terça-feira (19), o pedido para que o prefeito afastado de Dourados deixe a prisão. Ari Artuzi (ex-PDT) está detido desde o dia 1º de setembro em Campo Grande, acusado pelo Ministério Público de comandar um suposto esquema de corrupção na cidade. O G1 entrou em contato com o advogado do prefeito e aguarda retorno.
A manutenção da prisão do político foi determinada por unanimidade pelos sete desembargadores presentes na sessão. O advogado de Artuzi, Carlos Marques, havia ingressado com um agravo regimental no Tribunal contra a prisão preventiva do prefeito, decretada no dia 3 de setembro. Desde 7 de outubro, a cidade está sendo comandada pela vereadora Délia Razuk (PMDB), que assumiu o cargo por determinação do Tribunal de Justiça.
O relator do processo, desembargador Manuel Mendes Carli, defendeu a manutenção da prisão do prefeito. Na análise do desembargador, há indícios "veementes no sentido de que o prefeito adquiriu imóveis e semoventes com o dinheiro advindo de crimes contra a administração pública, aproveitando-se da sua condição de prefeito".
De acordo com a Polícia Federal, as denúncias envolveram o pagamento de propina a vereadores da situação e da oposição para impedir que fosse concluída a CPI que investigava o prefeito. Nove vereadores foram afastados, dos quais dois permanecem presos. Além disso, segundo a PF, licitações teriam sido direcionadas para empresas que financiavam as propinas mensais, compras de bens pessoais do prefeito e campanhas eleitorais.
"Os acordos fechados com as empresas escolhidas ilicitamente rendiam 10% do valor do contrato. Os valores arrecadados serviam para o pagamento de diversos vereadores de Dourados [da situação e da oposição], para caixa de campanha e compra de bens pessoais do prefeito", informou a polícia em nota.
Em entrevista à TV Globo, o advogado de Artuzi disse que a gravação em que o prefeito aparece recebendo dinheiro supostamente desviado não o incrimina.
"Isso não significa que esse dinheiro é do município. Ele diz que não participou de qualquer ato de corrupção, não lesou o município, não praticou qualquer ato que tenha causado prejuízo à administração pública", afirmou Carlos Marques.
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
Quem são os indiciados pela Polícia Federal por tentativa de golpe de Estado
Bolsonaro indiciado, a Operação Contragolpe e o debate da anistia; ouça o podcast
Seis problemas jurídicos da operação “Contragolpe”
Deixe sua opinião