Decisão
Procurador vai esperar depoimentos na Lava Jato
Folhapress
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, quer esperar o fim dos depoimentos de delação premiada da Operação Lava Jato para decidir se algum dos envolvidos que não possuem foro privilegiado também devem responder ao processo no Supremo Tribunal Federal. De acordo com ele, até agora uma das delações, a do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, está concluída e homologada pela Justiça. Outras três já foram concluídas e aguardam homologação e, ainda outras "cinco ou seis", estão em curso.
O presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), ministro Augusto Nardes, pediu ontem que o Congresso paralise ou não libere verbas para obras federais que apresentaram irregularidades graves. Entre elas está a Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco.
Em uma conversa com presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), Nardes apresentou um relatório do tribunal que demonstra que os auditores encontraram problemas em 57% das 102 obras analisadas. Segundo o presidente do TCU, em cinco casos o órgão recomenda a paralisação e em outros quatro o fim dos repasses de verbas públicas. "Abreu e Lima é uma das obras que está com a proposta de não repassar recursos. Esperamos agora que o Senado e a Câmara tomem as providências necessárias para que essa obra tenha uma transparência maior", disse Nardes.
Questionado sobre a eficácia desse pedido ao Congresso, já que esse tipo de alerta feito pelo TCU não costuma ser atendido pelo Legislativo, Nardes reiterou que esse é o papel do tribunal. "O Congresso é autônomo para tomar as suas decisões. Quem governa não somos nós. Nós somos auditores, mostramos a realidade para os governantes e são eles quem têm que tomar as decisões. Nós sabemos respeitar os poderes, estamos num jogo democrático. Mas, claro, às vezes eles cometem erros, cometem ilegalidades, como aconteceu recentemente com o escândalo da Petrobras, que faltou uma avaliação de risco e de planejamento mais adequado", disse, lembrando que foi o TCU quem alertou o governo para a irregularidade na compra da Refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, cujo prejuízo passa de R$ 1,7 bilhão.
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