O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu manter a cassação do deputado estadual Carlos Simões (PTB) nesta quarta-feira (20). O ministro Arnaldo Versiani negou recurso do deputado contra a decisão do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) que o acusou de crime de abuso do poder econômico e uso irregular de meios de comunicação.
De acordo com o TRE, Carlos Simões teria usado seu escritório político de Curitiba, chamado de "Casa do Povo", localizado na Praça Rui Barbosa, para a distribuição de medicamentos, cadeiras de rodas, dentaduras e muletas em troca de votos para se eleger deputado em 2006. Na época, uma série de reportagens da Gazeta do Povo revelou como funcionava todo o processo, que levou a Polícia Federal (PF) a cumprir mandado de busca e apreensão e recolheu documentos e objetos que seriam doados.
A Casa do Povo era uma espécie de escritório político para atender eleitores e ouvintes dos programas de rádio apresentados pelo deputado estadual Carlos Simões (PTB) e pelo irmão, o ex- deputado federal Íris Simões (PTB). Por determinação do TRE, o local foi lacrado. O tribunal expediu mandado acolhendo um pedido do Ministério Público, em investigação de suposto abuso de poder econômico envolvendo os dois deputados.
Desde 2006, Carlos Simões trava uma disputa judicial para garantir o direito de cumprir seu mandato. Na época, os juízes do TRE condenaram, por unanimidade, o deputado a três anos de inelegibilidade, mas o julgamento não impediu a posse em um novo mandato, que teve início em 2007, porque Simões entrou com recurso junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Na última eleição municipal, Carlos Simões teve mais uma queda de braço com a Justiça. O Ministério Público Eleitoral (MPE) emitiu parecer favorável à sua cassação, mas por outra razão. Ele foi acusado de contrariar a regra da fidelidade partidária. Simões era pré-candidato à prefeitura de Curitiba e estava sendo cotado para ser o vice na chapa do candidato do PMDB, o ex-reitor da UFPR Carlos Moreira. Mas acabou não disputando a eleição.
O parlamentar e o advogado foram procurados pela reportagem da Gazeta do Povo para comentar a cassação, mas não foram localizados.
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