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Com o apoio de senadores "independentes", o senador Aloysio Nunes Ferreira (SP), líder do PSDB, criticou ontem a articulação de um grupo de parlamentares para tentar promover o impeachment do procurador-geral da República, Roberto Gurgel. O movimento, que tem o senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL) à frente, tem o objetivo de afastar o procurador do cargo por considerar que sua atuação no comando do Ministério Público é pautada por ações ilegais.

Em defesa de Gurgel, o líder do PSDB disse que sua destituição só poderia ocorrer a pedido da Presidente da República, com o aval do Senado –o que o tucano diz não haver possibilidade de prosperar. "Duvido que a presidente tome a iniciativa de propor a destituição do procurador-geral da República. Eu já vi coisas esquisitas no campo da política, mas, sinceramente, não acredito que a presidente possa cometer tamanho desatino", afirmou.

Aloysio Nunes disse que o movimento é político, uma vez que Gurgel foi responsável por investigar o PT, no caso do mensalão, e o senador Renan Calheiros (PMDB-AL), na denúncia de uso de recursos de uma empreiteira para pagar pensão à filha. "Se há algum fato que desabone a atuação do procurador, deve-se dizer que ele não está acima da lei como alguns setores da política brasileira."

Collor defende publicamente o impeachment de Gurgel por considerar que o procurador atuou com "inércia" na Operação Vegas, que investigou em 2009 o grupo do empresário de jogos Carlinhos Cachoeira e flagrou conversas do ex-senador Demóstenes Torres. Gurgel, ao receber o inquérito da PF na época, optou por não dar prosseguimento às investigações.

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