Correligionário
Longe de autoridades, Fruet fica menos de 1 hora na posse
Sem chamar atenção, o deputado federal Gustavo Fruet (PSDB-PR) esteve na posse ontem, mas não sentou no espaço reservado a autoridades e permaneceu por menos de uma hora na cerimônia. O deputado federal, que foi candidato ao Senado neste ano e terminou em terceiro lugar, recusou o convite do governador Beto Richa para ser o novo secretário de Ensino Superior, Ciência e Tecnologia.
Fruet afirmou que a decisão de não assumir o cargo foi tomada em conjunto. "Eu entendo e o Beto também entendeu que muito mais importante do que passar uma imagem de favorecimento ou de consolo, é pensar em um projeto maior. Pensar no futuro do partido", disse. O deputado ficará sem mandato a partir de fevereiro de 2011.
Segundo Fruet, a decisão de não assumir a secretaria pode até prejudicá-lo em um primeiro momento, mas a longo prazo lhe trará benefícios. "Existem outras maneiras de fazer política. Posso perder visibilidade por não ter um mandato, uma função. Mas, a médio e longo prazo, isso vai mostrar que eu não faço política por carreira ou cargo."
O deputado negou uma possível mudança do PSDB para o PMDB (seu antigo partido). "Não estou cogitando e nem alimentando esta conversa", disse. Em relação à disputa para prefeitura de Curitiba em 2012, Fruet disse que é normal que o nome dele seja cogitado. "A antecipação desta discussão mais atrapalha do que colabora. Há muitas variáveis até 2012 ."
Gabriel Azevedo
Os discursos de ontem do governador Beto Richa (PSDB) na cerimônia na Assembleia Legislativa e em frente ao Palácio Iguaçu foram recheados de alfinetadas contra o ex-governador Roberto Requião (PMDB) que deixou o cargo em abril do ano passado e a administração do peemedebista. Com a ideia de renovação permeando toda a sua fala, o tucano criticou de maneira velada o estilo de Requião conduzir o governo.
"Os baixos níveis de capacidade de investimento do estado foram ainda mais deprimidos pelas dificuldades e pela realização de gastos que a prudência não recomendaria. Definitivamente, esse não é o tipo de herança que gostaríamos de ter recebido", afirmou em um dos trechos do seu discurso na Assembleia. A situação do caixa do governo do estado foi um dos motivos de discordância entre a equipe de transição de Richa e a administração anterior.
Em outro momento, o tucano citou a necessidade de mudanças na administração dos portos de Paranaguá e Antonina, que foram comandados por Eduardo Requião, irmão do ex-governador, durante boa parte da gestão peemedebista. "Os produtores paranaenses não podem mais pagar o preço do descaso administrativo que tantos males tem causado", disse. Um dos maiores problemas dos portos paranaenses durante o governo Requião foi a falta de dragagem, o que dificultou a movimentação dos navios em Antonina e Paranaguá.
A administração de Roberto Requião também recebeu críticas do ex-governador Orlando Pessuti, que assumiu o cargo em abril do ano passado. Além de censurar o antecessor, Pessuti ainda fez questão de destacar o trabalho que realizou nos nove meses em que esteve a frente do governo. "O Paraná que vamos entregar é um Paraná melhor do que aquele que recebi em 1.º de abril de 2010", afirmou Pessuti em discurso durante a cerimônia de passagem de cargo.
O peemedebista Luiz Claudio Romanelli, que foi líder do governo Requião na Assembleia e será secretário do Trabalho na administração Beto Richa, afirmou que as críticas do novo governador ao anterior não causam mal estar. "O que é importante é a essência. O discurso dele é o que nós sempre defendemos", afirmou Romanelli.