Rio de Janeiro - Em palestra no Rio de Janeiro na terça-feira, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) afirmou que a "verdadeira discussão" no Brasil hoje é se teremos um capitalismo "burocrático, corporativo", em que o Estado "manda e resolve", ou um "capitalismo de competição", de clara orientação liberal. Na palestra, o presidente defendeu o resgate do conceito original de liberalismo, de defesa das liberdades do indivíduo e da autonomia da sociedade, num país que "acha que Estado é igual à nação" e no qual o direito individual "vem depois da ideia do coletivo".
"No marxismo, o Estado é visto como expressão da classe dominante. Aqui ele é o libertador da nação, o que inverte as coisas. Já faz tempo que se sabe que competição não significa sufocar liberdade", disse. Depois, lembrou que o "liberal típico não é de direita", ressaltou: nos EUA a palavra quer dizer "progressista".
O ex-presidente ainda ironizou o PT por romper a defesa que fazia, na Assembleia Constituinte (1987-1988), da pluralidade sindical. Disse que o governo Lula "impôs a unicidade" e cooptou as centrais, ao legalizá-las e estabelecer "ligação direta entre cofre público e cofre sindical". "Dá a impressão de que essas formas corporativas se comunicam mais facilmente com o sistema decisório político do que a multiplicidade de opiniões, o debate aberto."
As declarações do ex-presidente durante a palestra no Rio e as críticas ao PT foram publicadas ontem pelo jornal Folha de S. Paulo. No mesmo dia, o presidente Lula fez críticas ao caráter privatizador do governo FHC.
CNJ compromete direito à ampla defesa ao restringir comunicação entre advogados e magistrados
Detalhes de depoimento vazado de Mauro Cid fragilizam hipótese da PF sobre golpe
Copom aumenta taxa de juros para 13,25% ao ano
Oposição se mobiliza contra regulação das redes sociais: “não avança”; ouça o podcast
Deixe sua opinião