Atualizada no dia 11/06, às 18h20
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi o alvo principal dos ataques de líderes tucanos que discursaram neste domingo na convenção do PSDB, realizada na Expominas, na capital mineira. No encontro, o partido confirmou o nome de Geraldo Alckmin como candidato à Presidência, acompanhado do pefelista José Jorge. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso foi um dos que mais bateram em Lula, falando da sua decepção pessoal com o ex-sindicalista. Também predominou no discurso dos tucanos críticas ao governo e ao PT por suas relações com movimentos como o MLST, que invadiu a Câmara na última terça-feira, com afirmações de que promover baderna e fazer invasão é a prática do PT.
Fernando Henrique abriu o discurso concordando com Lila Covas, viúva de Mário Covas que, pouco antes, defendeu a unidade dos tucanos em torno da candidatura de Geraldo Alckmin. Dona Lila afirmou que, enquanto o Partido dos Trabalhadores e o opositor Paulo Maluf não fazem críticas mútuas, os membros do PSDB se atacam o tempo todo, e isso é ruim.
- Estou com a Lila, nós estamos de mãos dadas, mas nossas mãos são limpas. Em 75 anos de vida poucas coisas me emocionaram tanto como passar a faixa presidencial a um líder sindical, Mas também jamais tive uma desilução maior com um presidente, nunca vi alguém esquecer o passado tão rápido. Lula sujou as mãos - disse Fernando Henrique, que acrescentou que 'Lula só é presidente porque o povo está de olhos semivendados.
O ex-prefeito e candidato do PSDB ao governo de São Paulo, José Serra, fez um discurso morno. Ele destacou que a campanha tucana encontra em Minas e nas figuras de Fernando Henrique e Mário Covas importantes inspirações para um bom governo.
- Em Minas, temos duas inspirações: a audácia administrativa e desenvolvimentista de JK e o comrpomisso democrático de Tancredo Neves. Temos a integridade e a firmeza do Covas e a capacidade do presidente Fernando Henrique de estabilizar a economia e organizar uma grande rede de proteção social - discursou Serra que ainda criticou Lula: - Ele está hipotecando o futuro com as irresponsabilidades do presente.
Arthur Virgílio, líder tucano no Senado, citou, em sua fala, o recente episódio ocorrido entre o presidente e o jogador Ronaldo, da seleção brasileira, no qual trocaram acusações relativas a excesso de peso e de bebidas. Ele disse ainda que Lula costuma falar sobre o que não entende e que, se pudesse, diria ele mesmo ao presidente que pare de falar bobagens.
O governador Aécio Neves, que foi recebido como astro na convenção, disse que a vitória de Alckmin é imperativa para o Brasil.
- É um imperativo do povo colocar o Brasil novamente no rumo do crescimento, da decência e da ética. E é o nome de Alckmin e do senador José Jorge (PFL-PE) que apontam para o caminho do desenvolvimento - afirmou o tucano mineiro.
Para o governador, a convenção do PSDB é o início da vitória:
- O dia de hoje representa o marco zero na nossa caminhada rumo à vitória - afirmou, acrescentando que "ética e princípios são a bandeira do PSDB".
O último a discursar foi Alckmin, que falou por quase uma hora. Ele traçou os pilares de seu programa de governo e também fez severas críticas a Lula. Diante de um ginásio bastante esvaziado - boa parte da militância tucana presente à convenção saiu do ginásio quando ele discursava, provocando constrangimento, o candidato foi bastante aplaudido ao fim do discurso, quando listou a série de escândalos registrados durante o governo petista e sugeriu que o presidente Lula é o chefe da quadrilha de 40 denunciada pelo procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza. Clique aqui e confira os detalhes .
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