No esforço de colar a atual crise no setor elétrico à imagem da presidente Dilma Rousseff e destrinchar as falhas cometidas pelo governo, o PSDB patrocinou o seminário "A Crise Energética Brasileira: Realidade e Perspectivas", que aconteceu hoje, no Senado. O intervencionismo do governo na economia e no setor elétrico, politização das estatais e o controle de preços administrados foram os pontos mais criticados por políticos e especialistas convidados.
O senador Aécio Neves (PSDB-SP), provável adversário da presidente Dilma nas eleições de outubro, abriu o evento chamando de "absurdo" o controle dos preços de combustível e da energia. "Intervencionismo injustificado tem feito o Brasil apresentar uma dramática equação de crescimento baixo, inflação, perda de credibilidade", afirmou o senador tucano, afirmando que nos anos de governo petista as agências reguladoras foram fortemente aparelhadas.]
"Precisamos resgatar o Estado brasileiro de grupos de poder que dele se apropriaram e permitir, sem intervencionismo, que o Brasil volte a ser um espaço adequado e seguro para investimentos necessários para retomada do crescimento", disse.
Fragilidades do sistema
O seminário servirá de orientação para o partido construir suas diretrizes de campanha para a área de energia.A consultora Elena Landau, que fez parte do governo Fernando Henrique e está colaborando com o PSDB sobre ideias para o setor de energia, fez críticas duras ao atual modelo elétrico, idealizado por Dilma enquanto ministra de Minas e Energia.
Landau afirmou que é preciso discutir se o esquema de leilões de energia está funcionando. "É preciso discutir a fragilidade de um sistema de linhas de transmissão de tanta distância", e disse que é preciso "trabalhar para salvar o setor elétrico da presidente Dilma.""O governo acha que pode administrar preço sem impacto na oferta, ter preço subsidiado ao mesmo tempo em que há escassez de oferta", disse Landau. Ela defendeu ainda o fim do monopólio da Petrobras no setor de gás natural e a ampliação das fontes de energia para aliviar o setor não descartando a ampliação da geração de energia nuclear. "Não dá pra ignorar fontes de energia elétrica", afirmou.
Landau criticou ainda a atuação de ministros de Estado na presidência do Conselho de Administração da Petrobras de onde partem decisões importantes, como foi o caso da compra da refinaria de Pasadena. Segundo ela há "conflito de interesse" no caso.
Também estiveram presentes no seminário o presidente do Instituto Acende Brasil, Cláudio Salles, o diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura, Adriano pires outro técnico que tem colaborado com os tucanos para a campanha. Pires criticou os subsídios do governo à energia que, segundo ele, vão somar R$ 75 bilhões em 2014, "superando gastos com programas sociais".
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