Os abalos que põem a política – e a sociedade – brasileira de cabeça para baixo são destaques também nos principais jornais internacionais. Muitos dos periódicos estrangeiros acompanham com maior engajamento, principalmente deste esta quarta-feira (16), os enroscos que causaram uma guerra no Palácio do Planalto e voltaram a movimentar as redes sociais e as ruas do país.
Veja a galeria dos destaques
O jornal argentino Clarín chegou a “manchetar” a situação brasileira por volta do meio-dia desta quinta-feira (17). O site deu destaque à mais recente determinação da Justiça que suspendeu a nomeação do ex-presidente Lula à Casa Civil minutos após ele ter assinado o termo de posse do cargo. “Assim intervém Dilma para evitar a prisão de Lula”, crava o jornal, em alusão ao que aponta a Operação Lava Jato: que a nomeação de Lula foi um mecanismo de Dilma para dar foro privilegiado ao ex-presidente.
O americano Washington Post trouxe que, mesmo sob investigação, Lula “ganhou um ministério” e também destacou a decisão de Dilma, que soaria como “uma proteção” ao ex-presidente.
O The New York Times, por sua vez, disse que Lula conseguiu “uma rota de fuga incomum”: “em vez de enfrentar prisão, ele [Lula] está se tornando um ministro”.
O britânico The Guardian avalia que todos os percalços enfrentados pelo governo são fortes a ponto de derrubá-lo, e que, não bastassem todas as “revelações explosivas” que vêm sendo feitas por investigadores ao longo dos últimos meses, agora chegam as interceptações “motivadas por um desejo de evitar ser processado no pior escândalo de corrupção do Brasil”.
O jornal francês Le Monde disse que a publicação do teor das ligações gravadas “causaram um alvoroço” no Congresso Nacional, onde os legisladores da oposição pedem veementemente pela renúncia de Dilma Rousseff. “Milhares de brasileiros indignados também se reuniram na noite anterior contra a Presidência da República em Brasília e em São Paulo”, cita o jornal, fazendo referência às ruas tomadas nesta quarta e quinta-feira, informou o jornal, sem deixar de citar os panelaços registrados em várias cidades do país durante a noite.
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