Governo, aposentados e pensionistas voltam a se reunir nesta segunda-feira, pela quarta e última vez, na tentativa de chegar a um acordo sobre a concessão de um reajuste real para os benefícios do INSS superiores ao piso nacional. Do lado governista, a exigência é pelo engavetamento de quatro propostas de autoria do senador Paulo Paim (PT-RS) que mexem com o caixa da Previdência, em troca de um reajuste real válido para 2010. Já as entidades representativas da categoria estão divididas entre ceder ou não à pressão do governo. Se não houver acordo, ao menos um dos quatro projetos deverá ir a votação na Câmara Federal sem o aval do Planalto.
Na última reunião, no dia 12 deste mês, o deputado Pepe Vargas (PT-RS), relator do projeto que propõe o fim do fator previdenciário, revelou que o objetivo é unificar as quatro propostas e elaborar um "substitutivo global", que atenda às reivindicações da categoria e, ao mesmo tempo, seja economicamente viável ao governo.
A principal divergência continua sendo o Projeto de Lei 4.434, que cria um índice para correção das aposentadorias de forma que, em cinco anos, o benefício volte a corresponder ao mesmo número de salários de quando a aposentadoria foi concedida. A Confederação Brasileira dos Aposentados e Pensionistas (Cobap) se recusa a aceitar o arquivamento da proposta, sob o argumento de que ela trará benefícios a longo prazo, ao contrário do aumento real válido apenas para 2010. "Podemos até aceitar o reajuste para o ano que vem, desde que o governo mantenha o PL 4.434. Não aceitamos jogar fora nossos projetos a troco de nada", defendeu o diretor de comunicação da entidade, Antônio Graff.
Se não houver acordo amanhã, o presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), adiantou que vai levar ao Colégio de Líderes o PL 1/07, que trata de uma política de recuperação do salário mínimo até 2023 em que foi incluída uma emenda, já aprovada no Senado, estendendo os mesmos reajustes aos benefícios pagos pela Previdência. "Uma vez aprovada no Congresso, restará ao presidente Lula vetar o projeto. Mas, com o governo enfraquecido como está hoje, temos um momento muito favorável a nós", disse Graff.
Já o Sindicato Nacional dos Aposentados, ligado à Força Sindical, demonstrou mais confiança em um possível entendimento. De acordo com o presidente da entidade, João Batista Inocentini, a categoria espera uma contraproposta razoável do governo, que possa levar à conclusão das negociações. "Não há politicagem nas nossas exigências, mas uma luta para que os aposentados tenham uma graninha a mais para viver", declarou. "Queremos, sim, um acordo. Se ele ocorrer, é automático: os outros projetos saem de pauta."
Controle orçamentário
O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, revelou que as conversas com os aposentados estão adiantadas e, por isso, tem boas expectativas quanto a um acordo. Ele voltou a afirmar, no entanto, que o governo precisa preservar o equilíbrio orçamentário. "O valor de compra do salário mínimo praticamente duplicou no governo Lula. Mas não temos condições de dar o mesmo tratamento aos aposentados", argumentou.
O que o governo pode oferecer aos aposentados, segundo Bernardo, é um aumento real em janeiro do ano do que vem o ministro, entretanto, preferiu não estipular o porcentual de reajuste. Segundo ele, esse acordo implicaria no engavetamento dos quatro projetos em tramitação no Congresso.
Estudos do Ministério da Previdência mostram que o impacto de cada ponto porcentual de aumento aos cerca de 8 milhões de beneficiários que recebem mais que o piso nacional é de R$ 1,6 bilhão.
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