Funcionário de uma transportadora carrega móveis para dentro da sede histórica do governo| Foto: Walter Alves/ Gazeta do Povo

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Deveria haver punição para governantes que inauguram obras inacabadas? Qual?

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Um ano depois de ter sido reinaugurado pelo ex-governador Orlando Pessuti (PMDB), o Palácio Iguaçu, sede oficial do governo do Paraná, segue fechado. Na ocasião, o próprio peemedebista, que estava a menos de duas semanas de deixar o cargo, admitiu que a reforma do edifício não estava completa. Agora, a expectativa do atual governo é reabri-lo no mês que vem, em data ainda a ser definida. Segundo a Casa Civil, as obras já foram concluídas e só é necessário mobiliar o prédio e equipá-lo com acessórios, como telefones e computadores.

O Palácio Iguaçu foi aberto em 19 de dezembro de 1954 pelo então governador Bento Munhoz da Rocha Netto, na comemoração do dia do centenário da Eman­­cipação Política do Paraná. Em 2007, porém, por ordem do então governador e hoje senador Roberto Requião (PMDB), o prédio foi fechado para passar pela sua primeira grande reforma. Desde então, o Executivo estadual está sediado temporariamente no Palácio das Araucárias, que foi inaugurado há quatro anos.

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Festa popular

Em 19 de dezembro do ano passado, Pessuti reinaugurou o Palácio Iguaçu em festa que contou com a participação da dupla sertaneja Chitãozinho e Xororó e teve patrocínio da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil. Apesar da reinauguração, tanto o peemedebista quanto o então secretário de Obras Públicas, Júlio Araújo Filho, admitiram que a reforma do edifício não estava completa. Faltava concluir o paisagismo do projeto original, a cozinha, o heliponto, algumas instalações nas áreas de expediente, o asfalto da entrada do prédio e a instalação da mobília e das obras de arte que estavam guardadas em museus da capital.

"Não houve precipitação de nossa parte. O prédio estava sim em condições de ser ocupado. Tanto que despachei de lá nos últimos 11 dias de mandato", defende-se Pessuti. Segundo ele, as chuvas atrapalharam o andamento das obras, fazendo com que apenas 95% da reforma pudesse ser concluída a tempo da cerimônia de reinauguração. "Mas o prédio estava 100% completo. Faltavam apenas obras no restante do complexo, como jardinagem, limpeza e pavimentação asfáltica", afirmou.

O ex-governador disse ainda que foi uma escolha do atual governo não ocupar o Palácio Igua­­­çu até agora. "Se em nove meses de mandato conseguimos executar 60% das obras, é lógico que daria para finalizar tudo em três ou quatro meses", argumenta.

Mudança

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De acordo com a atual administração estadual, no entanto, não havia condições de ocupar o Palácio Iguaçu em janeiro deste ano, quando o governador Beto Richa (PSDB) assumiu o governo.

Agora, um ano depois, com a reforma do edifício considerada concluída, falta apenas equipar o prédio com itens de informática, telefonia, entre outros, e mobiliá-lo – a licitação de compra dos móveis só foi feita neste governo. A previsão é de que pelo menos cinco estruturas do Executivo sejam transferidas em janeiro para o Palácio Iguaçu: gabinetes do governador e do vice-governador, Casa Militar, Casa Civil e Comunicação Social. O restante deve permanecer no Palácio das Araucárias.

No total, a reforma física do prédio, sem os utensílios, custou R$ 32,4 milhões, 38% a mais do que foi previsto inicialmente.