Os aproximadamente 6,2 mil eleitores do município de Santa Fé, no Noroeste do Paraná, devem comparecer duas vezes às urnas neste ano. Quase quatro meses antes das eleições de outubro, eles elegem amanhã um novo prefeito para a cidade. O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) convocou novas eleições depois de um ano da cassação do mandato do prefeito eleito em 2004, Pedro Brambilla (PMDB), por irregularidades na campanha. De lá para cá, a cidade já teve três prefeitos.
Disputam a eleição de amanhã o filho de Pedro, Fernando Brambilla (PMDB), João Mauro Siamarde (PPS) e Sidney Paulo Assaiante (PP). Santa Fé foi fundada em 1955, tem aproximadamente 10 mil habitantes e está a 45 quilômetros de Maringá e a 465 de Curitiba.
As eleições de 2004 apontaram Pedro Brambilla, da coligação "Coragem Para Mudar, Competência Para Fazer" (PMDB/PPS), como vencedor com 2.835 votos (50,2% do total válido). O adversário Laudelino Crivelari, da coligação "Santa Fé, Construindo o Futuro" (PSDB/PTB/PL), ficou em segundo lugar conquistando 2.812 votos (49,7% dos votos válidos).
A diferença nas urnas por apenas 23 votos fez com que os derrotados recorressem ao TRE contra os vencedores, alegando compra de votos e transporte de eleitores no dia da eleição. A representação eleitoral alegou que houve distribuição, no dia das eleições, de bonés, camisetas, lanche e papéis e na oferta de dinheiro em troca de votos. O prefeito cassado confirmou, em sua defesa ao TRE, que deu dinheiro, não para a compra de votos, mas para o pagamento do serviço de cabo eleitoral.
O TRE julgou procedente as denúncias e cassou, em maio do ano passado, o mandato de Pedro Brambilla por prática de abuso de poder econômico. Como o primeiro colocado fez mais de 50% dos votos, o segundo colocado não pode assumir a prefeitura e uma nova eleição foi convocada.
Enquanto o prazo para recurso corria, o filho de Pedro, Fernando Brambilla, então presidente da Câmara Municipal, substituiu temporariamente o prefeito cassado. Agora, com a candidatura de Fernando, a atual presidente da Câmara, Cleunice de Souza Morais (PMDB), está no comando da cidade.
Pedro Brambilla defende-se das acusações e ainda espera retornar ao gabinete de prefeito. "A Justiça Eleitoral foi injusta", avalia. "Foi um processo democrático e o outro candidato também usou as mesmas coisas", diz. Ele afirma que o processo eleitoral de amanhã será realizado "com paz e harmonia" entre os três candidatos.
A votação está sendo conduzida pela Justiça Eleitoral de Astorga. A chefe do Cartório do Fórum da cidade, Maria Josefa Cavalari Marrone, estima que o resultado da eleição seja divulgado pouco depois das 17 horas, após a contagem dos votos das 23 urnas.
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