Gol diz que fechou indenização com 32 famílias
Um ano depois do acidente com o Boeing da Gol, que ocorreu no dia 29 de setembro de 2006, a companhia aérea divulgou nota informando ter fechado acordo de indenização com 32 famílias de vítimas da tragédia que deixou 154 mortos. Os valores pagos não serão divulgados, para preservar a privacidade e a segurança dos familiares. Leia matéria completa
Empresas aéreas perdem 30% do valor desde acidente da Gol
Levantamento da consultoria Economática, feito a pedido do G1, indica que as três empresas aéreas brasileiras com ações em bolsa (Gol, Varig e TAM) valiam juntas R$ 24,5 bilhões antes da crise aérea. Hoje, de acordo com a Economática, esse valor caiu para R$ 16,8 bilhões, uma perda de cerca de 30%. Leia matéria completa
Um ano após o choque entre um Boeing da Gol e um jato Legacy que matou 154 pessoas, os familiares das vítimas ainda reclamam da falta de punição aos culpados e das poucas informações a que tiveram acesso ao longo das investigações. Para lembrar um ano da tragédia, neste sábado, um grupo de parentes sobrevoará, num avião da Força Aérea Brasileira (FAB), o local da tragédia. Os familiares pretendem lançar flores em homenagem aos mortos.
Segundo Angelita de Marchi, presidente da Associação de Familiares e Amigos das Vítimas do Vôo 1907, a Gol decidiu analisar caso a caso a necessidade da continuação da assistência psicológica aos parentes dos mortos. Já o plano de saúde concedido aos familiares foi cancelado após um ano.
- Esse acidente causou problemas sérios na vida de muitas pessoas. E ficamos expostos à tortura psicológica diariamente. Vemos notícia no jornal, teve o novo acidente. Há pessoas extremamente sensibilizadas, que não conseguem falar de seus parentes sem chorar o tempo todo. Depois do acidente, tivemos baixas em diversas famílias, pessoas que já tinham algum problema, entraram em depressão e deixaram de tomar medicamentos depois do acidente - conta Angelita, viúva do empresário Plínio Siqueira
Em nota, a Gol informou que um total de 210 pessoas foram beneficiadas pelo plano médico oferecida pela companhia. De acordo com o texto, a empresa afirma que a assistência psicológica será mantida e que o plano médico, com validade de um ano, teve pouca utilização no período: "Do total desembolsado à seguradora em pagamento dos prêmios mensais, apenas 10% foram efetivamente usados, ou seja, revertidos em consultas, exames e outros procedimentos médicos", diz a nota.
A situação dos parentes é agravada pela dificuldade em conseguir as indenizações na Justiça. Como a empresa ExcelAire, proprietária do Legacy, é americana, muitas famílias recorreram à Justiça dos Estados Unidos na esperança de receber os recursos com mais rapidez. No fim de agosto, a Gol foi condenada pela Justiça americana a pagar mais de U$ 1 milhão por danos morais e materiais à família da vítima Quézia Gonçalves Moreira. Ainda cabe recurso. Em outra nota divulgada também nesta sexta, a Gol afirma que que fechou acordo de indenização com 32 famílias.
- Não é pelo dinheiro em si. Claro que ele é importante, já que muitos arrimos de família morreram, mas para que se faça justiça. Se eles são os maiores responsáveis, alguma coisa tem de ser feita para que parem de acontecer acidentes, o que é muito triste, muito dolorido. Passamos por uma situação muito traumatizante. Um ano não ameniza não, de jeito nenhum - diz a terapeuta Neusa Machado, viúva do consultor de engenharia Valdomiro Henrique Machado, para quem a responsabilidade maior pelo acidente é dos pilotos do Legacy.
Para Jorge André Cavalcante, porém, que também já esteve à frente da associação, neste último ano, houve pequenos avanços, como mudanças na legislação que garantem mais direitos a parentes de vítimas de acidentes aéreos. No entanto, ele afirma que a regra geral é de abandono em relação aos familiares. Segundo ele, a única ação do governo federal teria sido o afastamento de Denise Abreu da diretoria da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), a primeira a renunciar ao cargo.
- Até agora, de concreto, o governo não fez nada para as famílias, nem homenagem, o presidente da República não falou nada. Nós nos sentimos abandonados pelo governo federal. A única ação foi a demissão da Denise Abreu, sob pressão. Ela pode ser uma excelente promotora, mas como diretora da Anac ela não conhecia nada. E como ser humano ela também foi grosseira com as famílias - afirma, em referência a uma suposta declaração de Denise, que, ao ser perguntada sobre o resgate dos corpos, teria dito: "Vocês são inteligentes, o avião caiu de 11 mil metros de altura, o que vocês esperavam? Corpos?".
Jorge André, que é tio do consultor de informática brasiliense Carlos Cruz, um dos mortos no acidente, não demonstra otimismo sequer com o relatório do deputado Marco Maia (PT-RS), da CPI do Apagão Aéreo da Câmara, que pediu o indiciamento de quatro controladores de vôo e dos pilotos do Legacy, os americanos Joe Lepore e Jan Paul Paladino.
- Do que adianta o relator dizer que considera importante o indiciamento dos pilotos se eles do Congresso Nacional criam leis que permitem que essas pessoas saiam do país e não voltem mais?
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