Um “cara-pintada” na política

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Para muitos jovens, tomar uma decisão sobre qual carreira seguir não é uma tarefa fácil. Esse, no entanto, não foi o caso de Ricardo Gomyde (PCdoB), que cedo escolheu a política. Aos 16 anos entrou para o Grêmio Estudantil do Colégio Dom Bosco, e aos 23 foi eleito deputado federal.

A política sempre esteve presente no cotidiano de Gomyde, que aprendeu a gostar dos temas da vida pública ouvindo as conversas dos pais. Depois resolveu atuar na militância estudantil, ajudou a fundar o Centro Acadêmico de Comunicação Social da PUCPR, do qual foi presidente, e integrou o Diretório Central do Estudantes (DCE) da mesma instituição.

Em 1992 chegou à direção da União Nacional do Estudantes (UNE) e participou do movimento dos "caras-pintadas", que pedia o impeachment do presidente Collor. "Existiam grandes manifestações. Nós lutávamos para que houvesse transparência na política nacional", conta.

A militância no movimento estudantil facilitou sua eleição para deputado federal em 1994, mas a experiência em Brasília não se traduziu em conquistas mais altas. Tanto que nas eleições de 2000 teve de se contentar com a suplência na Câmara Municipal de Curitiba. Gomyde só ocupou o cargo de vereador em substituição a Jorge Samek (PT), que hoje é diretor da Itaipu. Em 2003 foi convidado pelo governador Roberto Requião para assumir a Paraná Esporte.

Alguns objetivos foram adiados em razão da vida pública. Um deles foi o ensino superior: cursou quatro faculdades (Publicidade e Propaganda, Jornalismo, Administração e Direito), mas não terminou nenhuma.

A atenção à família é prioridade na vida desse "curitibano nascido em Ibaiti". "A política acaba te levando para ‘fora da família’. Então procuro ficar o máximo de tempo com a minha esposa e com os meus filhos", afirma.

Cristina Gomyde, com quem é casado há oito anos, aprendeu a lidar com a agenda do marido político, e mesmo afirmando que gostaria de tê-lo um pouco mais em casa, apóia-o incondicionalmente.

No convívio familiar, o candidato transforma-se no pai coruja de Sabrina, 6 anos, e Gilberto, 4: tenta acompanhar as atividades dos filhos e gosta de alterar os hábitos da casa. "Quando viajo a trabalho, o Ricardo estabelece umas tais ‘regrinhas novas’. As crianças adoram, ele deixa que comam bobagens, durmam tarde. Enfim, tudo que eu não deixo", afirma Cristina.

Gomyde fala orgulhoso de seus pequenos campeões. "Meu filho, com quatro anos, acabou de ser campeão da Copa Kids de Judô. E a minha menina já tem feito apresentações de balé", diz. Ele também não deixa de mencionar os pais – Neusa e Gilberto Gomyde (falecido em 1999) – que foram seus grandes incentivadores. "Segui essa carreira por influência deles. Apesar de ninguém na família ter sido político, o debate sempre esteve presente na minha casa", afirma.

Cristina conta que o marido é agitado. "Ele faz muitas coisas ao mesmo tempo. Às vezes até fala em dois celulares, não sei como consegue". E, quando questionada sobre um defeito do marido, diz que gostaria que Gomyde ajudasse um pouco mais em casa. "Esse é o sonho de todas as esposas", brinca.

Lazer

O Mercado Municipal é um dos lugares preferidos, no qual a família costuma almoçar aos sábados. Gomyde afirma também que não tem uma vida noturna agitada. Às vezes sai com a esposa para curtir uma "balada". "Gostamos de ir ao John Bull – para ouvir um bom rock; ao Wonka Bar – para apreciar um "jazz alegre"; e ao Bossa Nova – para escutar um samba bem tocado", relatou.

A leitura é um hobby e entre os temas preferidos estão a História e a Política. "Leio sobre tudo. Mas não gosto de auto-ajuda", comenta. Além disso, Gomyde corre diariamente e gosta de jogar futevôlei com os amigos. "Tive que parar com o futebol, devido às contusões". Há também um jogo de futebol da internet, o Hattrick, no qual é possível criar e administrar os times. "É um barato! É possível escalar jogadores, comprar e vender. Perco um certo tempo com esse jogo", conta.

O time do coração é o Coritiba, do qual é conselheiro há dez anos. Também é membro da atual diretoria do Coxa.