Um dia antes da apresentação do relatório final, a CPI dos Bingos faz reunião administração nesta terça-feira para votar requerimentos e ouvir Joacir dos Santos, ex-segurança de João Arcanjo Ribeiro, o "Comendador", apontado como o chefe do crime organizado no Mato Grosso. O depoimento não deve provocar alterações no relatório final da CPI, que já está praticamente pronto.

CARREGANDO :)

Segundo a assessoria da comissão, a expectativa é que Joacir apenas confirme algumas informações sobre o suposto envolvimento de petistas na morte do prefeito de Celso André Celso Daniel. O relatório final da CPI deve ser apresentado nesta quarta-feira e a votação deve ocorrer na semana que vem.

Ontem, a oposição reduziu o tom dos ataques e já admite fazer concessões para conseguir aprovar o documento. Para evitar que a comissão termine sem relatório, parte do PSDB já aceita, por exemplo, retirar da lista de pedidos de indiciamento o chefe de gabinete do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Gilberto Carvalho, e o ex-ministro José Dirceu (Casa Civil).

Publicidade

Os dois são citados nas investigações sobre a morte de Celso Daniel. Os irmãos do prefeito, Bruno e João Francisco Daniel, dizem que, dias depois do crime, Carvalho confessou a eles a existência de um esquema de desvio de dinheiro da prefeitura para o PT. Os recursos chegariam às mãos de Dirceu. Os dois negam.

A proposta do governo é a de que o caso seja citado no relatório, mas não haja pedidos de indiciamento. A divergência não resolvida até agora é o tratamento que será dado no documento ao presidente do Sebrae, Paulo Okamotto, que diz ter pago dívidas de Lula com o PT que a oposição acredita terem sido quitadas com dinheiro de caixa dois.

- O Okamotto a gente não abre mão - disse o líder do PFL no Senado, José Agripino Maia (RN).

- Essa CPI sempre teve o objetivo de derrubar o presidente Lula - disse a líder do PT no Senado, Ideli Salvatti.

Destacado para negociar um acordo com os governistas, o senador Álvaro Dias (PSDB-PR) se reúne nesta terça-feira com o representante do governo, senador Tião Viana (PT-AC). O tucano já disse que pode retirar do relatório pedidos de indiciamento não aceitos pelo governo.

Publicidade

- Algumas concessões o relator (senador Garibaldi Alves) terá que fazer - disse o senador.