Três pessoas, que tiveram a prisão preventiva decretada na Operação Voucher da Polícia Federal (PF), não foram localizadas pelos agentes na terça-feira (9) e podem ser consideradas foragidas da justiça. Um dos mandados não cumpridos ocorreu em Curitiba. Segundo a assessoria de imprensa da PF, a pessoa não foi localizada em seu endereço e as buscas já foram encerradas. A PF não informou se esta pessoa é de Curitiba ou se estava de passagem pela cidade. Os outros mandados que não foram cumpridos haviam sido expedidos para o Distrito Federal e São Paulo.
A operação teve a detenção de 35 pessoas, sendo 19 por prisão preventiva e 16 por prisão temporária. Entre os presos estão seis servidores públicos e o número 2 do Ministério do Turismo, o secretário-executivo Frederico Silva da Costa, indicado para o cargo pelo PMDB. Elas são acusadas de envolvimento em uma quadrilha que teria desviado pelo menos R$ 3 milhões de um convênio firmado pela pasta com uma ONG do Amapá. Na operação, também foram apreendidos R$ 610 mil, em São Paulo, na residência do Diretor Executivo do Instituto Brasileiro de Infraestrutura Sustentável (Ibrasi). Os presos preventivamente foram encaminhados para Macapá, onde permanecem à disposição da justiça.
Detidos
O secretário-executivo do ministério, Frederico Silva da Costa, detido na terça-feira (9), ocupa cargos de direção no Turismo desde o primeiro governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Entre os presos estão ainda o ex-deputado Colbert Martins da Silva Filho, secretário nacional de Programas de Desenvolvimento do Turismo, também indicado do PMDB; e o ex-presidente da Empresa Brasileira do Turismo (Embratur), Mário Moysés, petista ligado à senadora Marta Suplicy, que comandou o ministério em 2007. Os três tiveram prisão preventiva, com duração mais longa, de 30 dias prorrogáveis pelo tempo necessário à instrução do inquérito.
As investigações da operação, batizada de Voucher em referência a um conhecido documento de compensação turística, foram iniciadas em abril, a partir de denúncia do Tribunal de Contas da União (TCU), que encontrou indícios de fraude num convênio de R$ 4,45 milhões entre o ministério e o Instituto Brasileiro de Infraestrutura Sustentável (Ibrasi), empresa sem fins lucrativos que deveria fazer treinamento de profissionais da área turística.
Do total, R$ 4 milhões foram repassados pelo ministério e o restante deveria ser contrapartida da entidade, que tem sede no Amapá. A PF suspeita que pelo menos dois terços do valor do convênio (cerca de R$ 3 milhões) foi desviado. O Ministério do Turismo fez o convênio com dinheiro originado de emenda parlamentar.
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