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A Câmara dos Deputados pagou passagens aéreas para a apresentadora de televisão Adriane Galisteu, a mãe dela, Emma Galisteu, e outros artistas de televisão. Os bilhetes saíram da cota do deputado federal Fabio Faria (PMN-RN), que namorou Adriane entre 2007 e 2008. O caso aumentou a polêmica sobre o uso do benefício, que pode chegar a R$ 18,7 mil por mês por parlamentar.

A revelação partiu de uma reportagem do site Congresso em Foco, publicada ontem. Juntos, Adriane, Emma e o empresário Cláudio Torelli (amigo da apresentadora) teriam viajado às custas da Câmara sete vezes e a soma das passagens chegaria a R$ 11 mil. Entre as viagens, está uma para Miami, nos Estados Unidos, em 2007.

Além de transportar Adriane Galisteu e agregados, Faria também pagou bilhetes aéreos para os atores Kayky Brito, Sthefany Brito e Samara Felippo. A convite do deputado, eles foram a Natal (RN) em dezembro de 2007 para participar do carnaval fora de época da cidade, o Carnatal. Os artistas ficaram no camarote Athlética, que pertence ao parlamentar. Outras passagens foram reservadas (e canceladas) para a cantora Preta Gil e as atrizes Deborah Secco e Priscila Fantin, que também namorou o deputado.

Faria explicou ontem que já devolveu à Câmara R$ 21.343,60 referentes a gastos com passagens. Em nota, ele justificou que havia ressarcido o dinheiro dos bilhetes para os três atores há tempos, mas admitiu "falhas pontuais". Não houve explicação clara, porém, sobre as viagens de Adriane Galisteu, a mãe e o amigo da apresentadora.

O texto também explica que, na época em que as passagens foram solicitadas, a apresentadora era "companheira" do deputado. Segundo ele, por isso não haveria problema para que a Câmara efetuasse o pagamento. A norma da Câmara para uso da cota mensal com voos, entretanto, deixa claro que os gastos devem estar ligados à atividade parlamentar.

O tema das passagens aéreas já havia entrado na pauta de escândalos que assola o Congresso Nacional em 2009. Em março, as denúncias envolveram a senadora Roseana Sarney (PMDB-MA), que utilizou sua cota para pagar viagens de sete parentes, amigos e empresários de São Luís, no Maranhão, a Brasília. Na época, o primeiro-secretário da Casa, Heráclito Fortes (PMDB-PI), disse que ela poderia fazer qualquer coisa com os bilhetes a que tinha direito, "menos vender".

Durante as discussões sobre ampliação da transparência nos gastos da Câmara, a Mesa Diretora cogitou colocar em prática algumas limitações (as regras são diferentes nas duas Casas). Na semana passada, porém, ficou decidido que a única alteração seria burocrática – apenas um funcionário por gabinete parlamentar poderia solicitar a emissão das passagens.

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