Há um verdadeiro museu escondido nos corredores, salas e gabinetes das sedes dos três poderes paranaenses, da prefeitura e da Câmara de Curitiba. Obras de artistas renomados como Arthur José Nísio, Theodoro De Bona, Érico da Silva, Frederico Lange de Morretes, Poty Lazzarotto, entre outros, compõem esse acervo público, mas fora do alcance da maioria da população.
É o caso da obra Alma da Floresta, de Lange de Morretes. Avaliado em R$ 130 mil, o quadro fica no salão nobre da Assembleia Legislativa, que não está aberto a visitações. Na mesma sala, estão os quadros Cataratas, de Nilo Previdi; e Instalação da Assembleia, um clássico da história paranaense, de Arthur Nísio.
Na sede do Tribunal de Justiça (TJ) também ficam guardados alguns tesouros da arte paranaense. Quadros de Nísio e De Bona decoram o salão nobre do Tribunal. Na sala dos desembargadores estão telas de Érico da Silva. Uma pequena natureza morta de Lange de Morretes fica exposta no salão de lanches.
A estimativa do centro de documentação do TJ responsável por cuidar desse patrimônio é que cerca de 40 quadros de artistas renomados do Paraná compõem o acervo do tribunal. Como as peças ainda estão sem seguro, o TJ não sede quadros para compor exposições fora.
O professor Paulo Reis, do Departamento de Artes da UFPR, considera importante que obras de arte componham a decoração de prédios públicos. Mas ele destaca que é necessário ficar atento para a conservação das peças. É preciso cuidado com iluminação e a climatização do ambiente em que elas estão. "Os administradores podem se valer do conhecimento dos museus estaduais e municipais para a conservação dessas obras", recomenda Reis.
A prefeitura de Curitiba e o governo do estado já fazem essas parcerias. Durante a reforma do Palácio Iguaçu, as telas e o mobiliário que fazem parte do acervo do prédio foram para o Museu Oscar Niemeyer (MON). Lá, passaram por um processo de conservação. Sete dessas obras terão de ser restauradas antes de retornar ao palácio, que permanece fechado.
As telas que estão no Palácio 29 de Março, sede da prefeitura da capital, têm a assistência da equipe da Fundação Cultural de Curitiba (FCC). No caso da prefeitura, as obras fazem parte do acervo dos museus do município e estão temporariamente cedidas. Ao todo, 26 trabalhos estão no prédio. De acordo com a assessoria de imprensa da FCC, as obras estão sob a luz de lâmpadas com baixa emissão de raios ultravioletas e são vistoriadas periodicamente.
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