A Esplanada dos Ministérios será palco de dois protestos contra a corrupção nesta semana. Na terça, a União Nacional dos Estudantes (UNE) pretende reunir 15 mil pessoas em manifestação contra o mensalão e a favor da reforma política e do fim financiamento privado de campanhas eleitorais. Na quarta, a Conlutas, Coordenação Nacional de Lutas, junto com o PSOL e o PSTU, faz ato para pedir que a CPI dos Correios investigue se o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem ligação com o esquema de corrupção.
Ao contrário da Conlutas, a UNE deve poupar Lula do protesto. Segundo o presidente da entidade, o centro do escâdalo é o Congresso Nacional.
- Eu acho que o Lula, apesar de todas as suas limitações, como a política econômica, foi eleito com mais de 52 milhões de votos e precisa ser julgado pelo povo em 2006. O Congresso Nacional é alvo de investigações e não vai ter, a curto prazo, legitimidade para qualquer processo de impeachment. É diferente de 92 (quando o presidente Fernando Collor acabou destituído do cargo), em que o foco das investigações era exclusivamente o Executivo. Hoje o principal alvo é o Congresso - afirmou.
Para um dos coordenadores da Conlutas, José Maria de Almeida, a manifestação da UNE na terça é "chapa branca", porque, segundo ele, a entidade vai defender o presidente Lula. Mas ele informa que o protesto de quarta também não terá o pedido de impeachment como pauta.
- A nossa manifestação não pede impeachment porque o impeachment tem que ser votado no Congresso e o Congresso, o PFL e o PSDB não têm nenhuma autoridade moral para julgar o Lula. Seria a mesma coisa de os quarenta ladrões julgarem o Ali Babá - atacou Almeida, segundo quem Lula não só sabia do que era feito pelos dirigentes petistas como também os autorizou a fazer.
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
Quem são os indiciados pela Polícia Federal por tentativa de golpe de Estado
Bolsonaro indiciado, a Operação Contragolpe e o debate da anistia; ouça o podcast
Seis problemas jurídicos da operação “Contragolpe”