No campo da teoria política, o casamento entre PSDB, DEM e PPS seria movido mais a conveniência eleitoral do que a ideologia e história. Os três partidos têm origens e trajetórias distintas. A principal convergência do trio tem menos de oito anos – a oposição ao petismo.

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O Partido Popular Socialista (PPS) foi fundado em 1992, a partir do Partido Comunista Brasileiro (PCB). Em 1998 e 2002, a legenda disputou o Palácio do Planalto com Ciro Gomes, que depois migrou para o PSB. No segundo turno de 2002, apoiou Lula (PT) contra José Serra (PSDB). Em 2003, o PPS chegou a integrar o primeiro governo Lula, mas logo depois rumou para a oposição.

Já o DEM é uma "recauchutagem" do Partido da Frente Liberal (PFL), fundado em 1985. De direita, o PFL foi criado a partir de uma dissidência do Partido Democrático Social (PDS), sucessor da Arena, sigla de sustentação do regime militar (1964-1985). Em 2007, o PFL trocou de nome e passou a se chamar Democratas (DEM).

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Por último, o Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) nasceu em 1988, durante a Constituinte, como uma dissidência do PMDB. Até as eleições de 1994, quando Fernando Henrique Cardoso venceu Lula no primeiro turno da eleição presidencial, os tucanos conservaram mais semelhanças com o PT do que com o PPS e o então PFL.

"O fato de PPS e PSDB serem ambos partidos de oposição não significa que haja identidade para se tornarem um só partido", disse ontem o fundador e atual presidente nacional do PPS, Roberto Freire. O presidente do DEM no Paraná, Abelardo Lupion, concorda: "Como é que nós vamos nos juntar a um partido que nasceu no comunismo?"

Apesar das declarações de ambos, o cientista político Antonio Flávio Testa, da Universidade de Brasília, opina que a fusão não seria tão controversa. "O Brasil mudou muito desde que todos os nossos principais partidos foram fundados. É necessário um aperfeiçoamento do nosso sistema, que inevitavelmente vai passar pela diminuição dos partidos."

Para Rubens Bueno, do PPS, essa depuração começará a ocorrer com o fim das coligações partidárias nas eleições proporcionais (para vereador, deputado estadual e federal). "Aí o eleitor começa a definir quem permanece", diz. A mudança é um dos poucos temas de consenso na reforma política em debate no Congresso Nacional.

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