Uma estudante universitária que estava sendo mantida em cativeiro há 42 dias foi libertada na noite desta terça-feira. Durante este período, ela foi mutilada. Um pedaço de sua orelha foi cortado e enviado à família da jovem oito dias depois do seqüestro, ocorrido em 25 de setembro. Adriana Barbosa Garcia, de 28 anos, foi solta na Avenida Presidente Tancredo Neves, próximo ao Complexo Viário Maria Maluf, no Sacomã, zona sul. Outras nove pessoas estão seqüestradas em São Paulo, cinco delas na capital.
Adriana havia sido rendida quando seguia sozinha para a imobiliária do pai, em Pirituba, na zona norte, por dois homens encapuzados. O primeiro contato foi feito oito dias depois, com o envio de parte da orelha da jovem. No fim de outubro a família pagou o resgate, mas os seqüestradores passaram a pedir mais dinheiro. O seqüestro de Adriana só começou a se aproximar do fim no domingo, quando foi libertada do cativeiro uma menina de 14 anos, que ficou 26 dias em poder dos bandidos. As duas teriam ficado juntas num dos cativeiros.
Adriana foi levada ao Hospital das Clínicas. De acordo com a polícia, o pedaço de pele cortado da orelha é muito pequeno. Não foi possível fazer um teste de DNA.
- Eles não cumpriram com o acordo. Quando a encontramos, ela estava machucada e maltratada - disse o irmão da vítima, Luis Carlos Barbosa Garcia, que é guincheiro.
O irmão foi a primeira pessoa com quem Adriana falou depois de ser libertada. Ele disse que assim que recebeu o telefonema da irmã, ligou para a Delegacia Anti-Seqüestro (DAS).
- É importante que as pessoas que estão na mesma situação entrem em contato com a policia. Eles (os policiais) vestem a camisa da vitima - disse.
Para o irmão de Adriana, os criminosos devem ter se confundido, já que a família, que vive em Pirituba, zona norte, não é rica.
O monitoramento das conversas entre os seqüestradores e os familiares fez a polícia levantar a hipótese, que está sendo investigada, de que Adriana havia sido seqüestrada por um grupo de bandidos e vendida para uma outra quadrilha, que se continuou a extorsão.
O bando que manteve a universitária em cativeiro seria liderado por um criminoso conhecido como "Chacrinha". No último sábado, um dos cativeiros usados pela quadrilha havia sido encontrado pela Divisão Anti-Seqüestro na favela Parque das Flores em São Mateus, na zona leste. Contudo, apenas a estudante de 14 anos estava no local, mantida amarrada por uma corrente nos pulsos e nas pernas. Um casal de criminosos conseguiu escapar.
A polícia já havia prendido duas pessoas ligadas à quadrilha no último sábado. Ontem ninguém foi preso e o cativeiro não foi encontrado. A polícia ainda não sabe a identidade do líder da quadrilha.
Trump barra novos projetos de energia eólica nos EUA e pode favorecer o Brasil
Brasileiro que venceu guerra no Congo se diz frustrado por soldados que morreram acreditando na ONU
Não há descanso para a censura imposta pelo STF
Tarcísio ganha influência em Brasília com Hugo Motta na presidência da Câmara
Deixe sua opinião